O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), disse que Jair Bolsonaro “não combate o vírus, ao contrário, caminha na direção oposta, enquanto encena embates de baixo nível, para uma plateia cada vez menor”.
Paulo Câmara criticou a ação movida por Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar acabar com as medidas sanitárias contra a Covid-19 em Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Norte.
Segundo o governador, “o quadro [da pandemia] se agravou, frente a indícios de uma nova onda, e a postura do presidente também só piora. Resolveu dedicar seu tempo a processar governadores que trabalham para salvar vidas”.
“A cada dia, a conta que Jair Bolsonaro prestará à história fica mais clara pela sua opção de condenar à morte e à miséria milhares de pessoas. Um erro que se consolida como irreparável. Um alto preço que 456.674 brasileiros pagaram com a própria vida”, continuou.
Paulo Câmara afirmou que “o país precisa de mais vacinas, ampliação de testagem e apoio financeiro para a população”.
Jair Bolsonaro usou a Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar acabar com as medidas de distanciamento social nos Estados. A argumentação apresentada é que ter vacinado 10% da população com as duas doses já é suficiente para acabar com as medidas de restrição.
Quando nem mesmo havia vacinas, Jair Bolsonaro já criticava e boicotava a quarentena contra a Covid-19. E quando elas foram ofertadas para o governo brasileiro, a partir da segunda metade de 2020, ele se recusou a comprá-las.
Os depoimentos do executivo da Pfizer, Carlos Murillo, e do presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, na CPI da Pandemia deixaram claro que o governo Bolsonaro não quis comprar milhões de doses de vacina, que poderiam estar sendo aplicadas desde dezembro do ano passado.
Na quinta-feira (27), Dimas Covas foi à CPI e afirmou que o Instituto ofereceu, em julho, 60 milhões de doses da CoronaVac, mas o governo Bolsonaro não respondeu. Com isso, o Instituto não conseguiu importar a mesma quantidade de IFA e a produção foi reduzida.
Em dezembro, enquanto a Anvisa ainda estava regulando a importação emergencial de vacinas, o Instituto Butantan já tinha produzido 5 milhões de doses e estava acabando de produzir outras 4 milhões.