Além dos desmandos cometidos no comando do Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello, que hoje despacha no Palácio do Planalto como secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, tem a família envolvida em fraudes para receber o auxílio emergencial, benefício pago às pessoas mais carentes que tiveram a renda afetada pela pandemia de Covid-19.
Sua filha, Stephanie dos Santos Pazuello, de 35 anos, uma sobrinha, que mora na Califórnia (EUA), e um sobrinho, de Manaus, receberam o auxílio emergencial.
No ano passado, Stephanie teria sido aprovada em ao menos duas parcelas do benefício, uma em abril e a outra em julho, totalizando R$ 2,4 mil.
Mas, de acordo com o jornal “O Globo”, o valor não foi liberado porque os sistemas detectaram inconsistências no cadastro dela.
Conforme o painel de consulta do auxílio emergencial do site da Caixa, o pedido chegou a ser aceito e o pagamento enviado a uma conta do banco. No entanto, o valor não foi sacado devido à irregularidade no cadastro.
Agora, informações do site Metrópoles apontam que dois filhos de Cynthia Pazuello, irmã mais velha do ex-ministro, aparecem na lista de beneficiados pelo programa.
David Pazuello Franco de Sá, de 25 anos, filho mais novo de Cynthia, teria recebido R$ 4,2 mil do auxílio no ano passado, dividido em nove parcelas, de abril a dezembro de 2020.
Uma de suas irmãs, Raquel Pazuello Silva, que mora em San Diego, na Califórnia, fez sete saques entre julho e dezembro de 2020 de parcelas entre R$ 300 e R$ 600. No total, Raquel, que ostenta uma vida de luxo nos EUA, embolsou R$ 3,3 mil do programa.
Segundo o Portal da Transparência, apenas o valor do benefício referente ao mês de maio de 2020, de R$ 600, foi devolvido aos cofres públicos.
RICOS
A família Pazuello no Amazonas está muito longe de ser pobre ou carente.
Eduardo Pazuello é sócio do seu irmão Alberto Pazuello em três empresas.
São sócios na J.A. Leite Navegação; na Petropurus Representações e Comércio de Petróleo; e na N. Pazuello e Cia. Manaus.
Também eram sócios minoritários em uma financeira, a S.B. Sabbá, Crédito, Financiamento e Investimento S/A, cujo sócio majoritário era Samuel Benayon Sabbá.
A S.B. Sabbá foi adquirida mais tarde pelo Banco Garantia, de Jorge Paulo Lemann.
Os Pazuello foram para o Amazonas gerenciar empresas dos Sabbá, que tinham um império no Estado e cresceram ainda mais após 1964 – as duas famílias são aparentadas, ambas de origem judaico-marroquina.
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