Pela quinta vez o Brasil conquistou o Ouro no Futebol de 5 nas Paralimpíadas nestes Jogos de Tóquio na madrugada deste sábado (4). Com um golaço de Raimundo Nonato no segundo tempo contra a Argentina, a seleção fez 1 a 0 e levou o título na Arena Aomi.
A façanha deu ao país seu 22º ouro geral no Japão, superando por um o recorde que havia sido estabelecido em Londres 2012, que eram 21. O Brasil jamais perdeu uma partida em cinco campanhas paralímpicas que lhe renderam cinco medalhas de ouro.
O futebol de 5 estreou nas Paralimpíadas em Atenas 2004 e sempre viu o Brasil no topo do pódio. Na Grécia, a vitória foi sobre a Argentina nos pênaltis. Em Pequim 2008, o título veio sobre a China, por 2 a 1.
O tri foi garantido em Londres 2012 com um triunfo sobre a França por 2 a 0. Na Rio 2016, o oponente da decisão foi o Irã, devidamente batido na final por 1 a 0.
Na disputa da medalha de bronze em Tóquio, o Marrocos, que havia caído diante do Brasil na semifinal, ganhou a China por 4 a 0 e assegurou lugar no pódio na capital japonesa.
Novas medalhas
Ainda no sábado, a Canoagem faturou um ouro inédito com Fernando Rufino e também mais oito medalhas em outros esportes. Teve uma prata no parataekwondo com Débora Menezes, mais uma prata na canoagem com Giovane de Paula, um bronze no vôlei sentado feminino e cinco pódios no atletismo.
Ricardo Gomes foi bronze, e teve duas dobradinhas de prata e bronze com Thalita Simplício e Jerusa dos Santos nos 200m e Thomaz Moraes e Petrúcio Ferreira nos 400m.
O país chegou a 71 medalhas e vai entrar no último dia com chances de igualar e até passar o recorde de 72 pódios da Rio 2016. O Brasil ainda pode levar um bronze no parataekwondo e medalhas na maratona no encerramento dos Jogos.
Depois de conquistar a primeira prata da história em Paralimpíadas na sexta-feira (3), a canoagem do Brasil subiu um degrau no pódio e faturou um ouro inédito neste sábado. Fernando Rufino, que ficou fora da Rio 2016 por causa de um problema no coração, foi campeão do Va’a 200m VL2 com mais de dois segundos de vantagem para o segundo colocado, o americano Steven Haxton. E o Brasil ainda somou mais uma prata com Giovane de Paula no Va’a 200m VL3, ficando atrás apenas do australiano Curtis McGrath.
Já a modalidade estreante em Tóquio, o parataekwondo terminou com um aproveitamento de 100% para os brasileiros no pódio. Depois do ouro de Nathan Torquato e o bronze de Silvana Fernandes, Débora Menezes foi prata neste sábado na categoria acima de 58kg da casse K44, para lutadores com deficiências nos membros superiores, a única classe presente nos Jogos de Tóquio. Ela venceu a mexicana Daniela Mariscal e a ucraniana Yuliya Lypetska para chegar à decisão e acabou perdendo a final por 8 a 4 diante da uzbeque Guljonoy Naimova.
O Brasil não chegou ao topo do pódio no atletismo neste sábado, mas teve duas dobradinhas. Nos 200m rasos T11, para atletas cegas, Thalita Simplício ficou com a prata após perder da chinesa Cuiqing Liu por uma diferença de quatro milésimos de segundo. Na mesma prova, Jerusa dos Santos foi bronze. As duas haviam sido desclassificadas na final dos 100m por ruptura da corda-guia.
Nos 400m rasos T47, para corredores com deficiências nos membros superiores, Tomaz Moares foi prata quebrando o recorde das Américas, com 47s87, e Petrúcio Ferreira, campeão dos 100m, foi bronze com 48s04. O ouro e o recorde mundial de 47s38 foi para o marroquino Ayoub Sadni.
Ponto triste
O ponto triste do dia para o Brasil foi uma polêmica decisão do júri de apelação do atletismo que tirou o ouro conquistado na sexta por Thiago Paulino no atletismo, colocando o brasileiro como bronze no arremesso do peso F57.
O júri de apelação aceitou um protesto da China que anulou os dois arremessos que renderiam o ouro ao brasileiro, dando o título ao chinês Guoshan Wu. A arbitragem havia negado o protesto chinês, e o júri não apresentou as imagens que teriam comprovado irregularidades nos arremessos do brasileiro. Thiago fez um protesto no pódio ao receber a medalha de bronze neste sábado e depois fez um desabafo em suas redes sociais: “Levei um golpe e muito forte”.