Mais de 100 caminhões que estavam na Esplanada dos Ministérios foram usados para forçar a derrubada do bloqueio que dá acesso ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Congresso Nacional
O ato de caráter fascistóide se encerrou na terça-feira (7), Dia da Independência do Brasil, quando a Esplanada dos Ministérios foi invadida por arruaceiros travestidos de manifestantes, que acorreram à Brasília em apoio ao presidente Bolsonaro e contra a democracia e as instituições republicanas.
Pequena parte desses arruaceiros permaneceram em Brasília, na Esplanada espalhando desordem, ameaçando jornalistas, policiais militares que fazem a segurança do local, inclusive com ameaças de invasão do Ministério da Saúde.
Mas o que chamou a atenção foi a ocupação, por mais de 100 caminhões que estavam na Esplanada dos Ministérios e foram usados para forçar a derrubada do bloqueio que dá acesso ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Congresso Nacional.
Estão por trás dessa ação criminosa, empresas do agronegócio de Goiás, Santa Catarina e São Paulo. A maioria dos caminhões estacionados no canteiro central e nas vias da Esplanada trazia a identificação dessas.
O trânsito seguiu bloqueado e, até o começo da tarde desta quarta-feira (8), havia ainda grande quantidade de manifestantes bolsonaristas em frente aos ministérios.
DISCURSO DE ÓDIO E ENFRENTAMENTO
Os manifestantes que ainda seguiam Brasília, a bordo de caminhões, falavam abertamente em invasão do STF, em fechamento da Suprema Corte e em prisão dos ministros, dando sequência ao discurso golpista de Bolsonaro feito na terça-feira.
O presidente não apenas insufla essa turba, lidera.
Os “manifestantes” chegaram a tentar invadir o Ministério da Saúde na manhã desta quarta-feira. Funcionários assustados com a violência empregada pelos apoiadores do presidente, que tentaram agredir jornalistas.
Na noite de segunda-feira (6), caminhões e ônibus derrubaram duas barreiras montadas pela PM e invadiram a Esplanada. Na terça-feira, toda a manifestação foi marcada por forte pressão de caminhoneiros e “manifestantes” para derrubar a última barreira existente, na altura do Itamaraty. A pressão prosseguiu nesta quarta-feira.
Com os veículos ligados e buzinaço, os grupos bolsonaristas tentam avançar pela via que dá acesso ao STF e ao Congresso.
PROBLEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA
A presença dos caminhões virou problema de segurança pública de difícil solução. Integrantes da Secretaria de Segurança Pública do DF realizaram reuniões ao longo do dia para tentar encontrar solução para a desocupação da Esplanada dos Ministérios.
Funcionários da secretaria relataram que havia quatro movimentos bolsonaristas cadastrados com carta branca para manifestação na Esplanada até o fim da tarde desta quarta-feira.
As autoridades de segurança, no entanto, não conseguiram contato com os representantes das hordas bolsonaristas para tratar da retirada dos caminhões da Esplanada.
Ainda não se sabe como vai ser possível retirá-los da Esplanada, se não houver saída espontânea. Muitos têm estrutura para permanência na via, com barracas, material de cozinha e comida. E passam o dia repetindo o desejo e a ameaça de invasão ao STF.
GRUPOS ECONÔMICOS
Foram contados 101 caminhões estacionados no canteiro ou nas duas vias paralelas da Esplanada dos Ministérios. Há padrão nessas frotas: vários veículos têm as mesmas características e pertencem a grupos econômicos, como consta na plotagem feita nos carros.
Pelo menos quatro caminhões de grande porte estacionados na Esplanada carregam as inscrições do Grupo Brasil Novo, sediado em Florianópolis. A empresa é especializada em transporte rodoviário, com boa parte dos serviços focalizado para o agronegócio.
Outros 17 caminhões carregam a identificação “Arroz e Feijão Grão Dourado”, empresa sediada em Piracanjuba, no interior de Goiás.
Há ainda três caminhões que pertenceriam a duas empresas no nome dos mesmos empresários: Irmãos Chiari Agropecuária e Dez Alimentos.
Uma fileira de caminhões foi disposta rente à grade que isola o Congresso de ponta a ponta. Buzinaços eram feitos o tempo todo. “Manifestantes” pressionaram a PM pela liberação via acesso a STF e Congresso.
Em comparação com o 7 de Setembro, havia menos policiais e menos carros do Batalhão de Choque da PM na blindagem da via almejada pelos bolsonaristas.
M. V.
o STF e a policia(pm,prf,pf e pre`s) estão fazendo vista grossa e sendo cúmplices desses baderneiros e golpistas. se fosse outra categoria o STF aplicaria multas pesadas, decretaria a prisão de lideres, e a policia já teria baixado o cacete, jogado gás lacrimogenio e usado balas de borracha. caminhoneiros(golpistas) não estão acima da Lei, e não podem impedir o direito de ir e vir(artº-5º-CF).
Leitor, o STF até que está fazendo o que pode. Considerando que há um maluco fascista na Presidência.