O Brasil alcançou 106.874.272 de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid-19 na última quarta-feira (20). Este número representa 50,1% da população.
O número representa uma grande vitória da população brasileira que enfrenta, além do vírus, a sabotagem realizada pelo governo Bolsonaro contra a imunização. O presidente, que sempre se opôs à imunização, desqualificando uma das vacinas mais utilizadas contra o coronavírus no mundo, a CoronaVac, e criticando a vacinação de crianças e jovens.
Os que tomaram a primeira dose de alguma vacina – CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer – ou a vacina de dose única produzida pela farmacêutica Janssen contra a Covid são 152.325.559 pessoas, o que representa 71,41% da população. Outros 5.065.592 receberam a dose de reforço, segundo os dados do consórcio de veículos de imprensa.
Nas últimas 24 horas, 292.943 pessoas tomaram a 1ª dose, 651.053 receberam a 2ª e outros 40.389 receberam a vacina de dose única. Já a dose de reforço foi aplicada em 116.585 pessoas.
Somando a primeira dose, a segunda, a única e a de reforço, são 264.265.423 doses aplicadas desde o começo da vacinação no Brasil, em janeiro de 2021.
O Brasil, que só conseguiu iniciar a vacinação em janeiro de 2021, levou nove meses para imunizar metade da população, meses depois dos países que foram pioneiros em atingir a marca.
Entre junho e o começo de julho de 2021, Chile, Reino Unido e Uruguai chegaram ao patamar. Em agosto, foi a vez de Alemanha, EUA, França e Portugal – que em setembro assumiu a liderança mundial na vacinação com mais de 80% da população totalmente imunizada.
O país alcançou 10% de imunizados em 25 de maio. Foram 70 dias para que a vacinação avançasse para chegar a 20%, em agosto. Depois, com mais doses sendo aplicadas, foram 30 e 22 dias para avançar para 30% e 40%, respectivamente, e mais 26 dias para alcançarmos 50% de totalmente imunizados.
Os estados com maior porcentagem da população imunizada (com segunda dose ou dose única) são: São Paulo (64,42%), Mato Grosso do Sul (62,26%), Rio Grande do Sul (56,14%), Santa Catarina (53,37%) e Paraná (53,01%).
Já entre aqueles que mais tem sua população parcialmente imunizada estão São Paulo (80,07%), Santa Catarina (74,71%), Rio Grande do Sul (73,91%), Minas Gerais (73,33%) e Espírito Santo (72,78%).
A taxa de transmissão do coronavírus no Brasil chegou em 12 de outubro de 2021 ao menor patamar desde o início da medição, em abril de 2020. Com isso, cidades e estados estão flexibilizando medidas de prevenção, como uso de máscaras e distanciamento social.
A vacinação e a desaceleração do contágio também levou à retomada de atividades econômicas, como o funcionamento de bares, cinemas e teatros. Apesar disso, há consenso entre os cientistas de que o estágio para o fim de todas as restrições ainda não chegou e ainda é preciso definir os parâmetros para a volta à normalidade.
Transmissão do coronavírus segue em queda, aponta Fiocruz
A transmissão do coronavírus (Sars-CoV-2) continua em queda, segundo o boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Com base em dados da semana epidemiológica 41, referente ao período de 10 a 16 de outubro, houve reduções diárias de 4,8% no número de casos e de 3,6% nos óbitos.
Na semana 41, foram registrados no país médias diárias de 10,2 mil casos confirmados e de 330 óbitos. O documento informa ainda que as taxas de ocupação de leitos de UTI para adultos no SUS mantêm-se relativamente estáveis, com 25 estados e 23 capitais fora da zona de alerta e com a maioria abaixo de 50%.
Entre as unidades da federação, as exceções são Espírito Santo, na zona de alerta intermediária, cuja taxa subiu de 65% para 71%, e Distrito Federal, na zona de alerta crítico, mas com uma queda de 89% para 80%.
A Fiocruz destaca que há uma manutenção da tendência dos impactos da Covid-19 no país e que a campanha de vacinação contra a doença tem contribuído para isso.
“De agosto em diante, houve uma aceleração da vacinação, que permanece com tendência de alta. Os valores atuais de mortalidade se apresentam estáveis, em torno de 500 óbitos por dia, o que revela uma queda expressiva em relação ao pico observado em abril, quando foram notificados mais de 3 mil óbitos diários. Por outro lado, são valores ainda preocupantes, já que demonstram a permanência da transmissão e a incidência de casos graves que exigem cuidados intensivos, e podem gerar milhares de mortes nos próximos meses”, ressalta o documento.
Apesar disso, o boletim destaca que as estatísticas de casos e óbitos podem sofrer influência de falhas nos fluxos de dados da doença, tanto do e-SUS quanto do Sivep-Gripe.
“Isso se reflete na divulgação de um número abaixo do esperado durante algumas semanas, seguida de um número excessivo de casos, como aconteceu nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina no final de setembro, e no Ceará e Distrito Federal no início de outubro”, informa o boletim.
Segundo a Fiocruz, alguns estados estão tendo problemas com esses sistemas de informação, que podem gerar interpretações equivocadas sobre as tendências locais da pandemia e, consequentemente, comprometer a tomada de decisões baseada nesses dados incompletos.