Os caminhoneiros autônomos iniciaram hoje protesto e paralisações em várias estradas do país pela redução do preço do diesel, o cumprimento do piso mínimo do frete e a volta da aposentadoria especial para a categoria.
Como as lideranças do movimento haviam estabelecido, até o momento, o movimento acontece sem o bloqueio das estradas.
Em muitas localidades, caminhoneiros que protestavam no início da manhã enfrentaram forte aparato policial, como em Santos, onde a Policia Militar dispersou os manifestantes durante a madrugada. De acordo com as lideranças do movimento, os agentes usaram bombas de efeito moral e a Tropa de Choque foi acionada.
Os protestos e greve da categoria também enfrentam várias liminares da Justiça, conseguidas pela União, que estão sendo apresentadas por policiais rodoviários para impedir que caminhoneiros sejam abordados nas estradas, como a decisão da juíza federal substituta Marina Sabino Coutinho, da 1ª Vara de São Vicente, que estabeleceu uma multa diária de R$ 10 mil para pessoas físicas e R$ 100 mil para pessoas jurídicas caso as estradas e rodovias que ligam o Porto de Santos sejam bloqueadas por caminhoneiros hoje e nos próximos sete dias.
O presidente da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), Carlos Alberto Litti Dahmer, afirmou no início da manhã que “a categoria apoiou, ficou em casa e não está rodando”. O líder sindical mostrou em vídeo o movimento de caminhões na BR-285, no Trevo de Ijuí, que comprovam a paralisação na região.
“A coisa pegou, porque não dá mais para suportar. É importante que a gente tenha a Petrobrás a serviço do povo brasileiro, e não a serviço do estrangeiro”, disse Litti, referindo-se aos constantes aumentos do preço do combustível praticados pela Petrobrás.
Diante das 29 liminares conseguidas pelo governo através do Ministério da Infraestrutura, que proíbem as principais entidades de caminhoneiros de fazerem bloqueio em estradas, portos e refinarias, o presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, o Chorão, disse que a categoria está tentando juridicamente garantir o direito de greve. “Estamos trabalhando para derrubar no Supremo Tribunal Federal (STF) as liminares”.
Em 2021, o diesel já acumula alta de 65,3% nas refinarias, e a gasolina subiu 73,4% no mesmo período.