Em assembleia na terça-feira (9), jornalistas de jornais e revistas da capital paulista decidiram cruzar os braços entre às 16h e 18h desta quarta-feira (10) em protesto contra a proposta patronal de reajuste salarial.
A categoria reivindica reajuste de 8,9%, de acordo com a inflação, 5% retroativo, contando a partir de junho de 2021, e outro reajuste a partir deste mês de novembro, de 3,72%. Eles também reivindicam a manutenção da multa da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados).
Em Convenção Coletiva de Jornais e Revistas da Capital, na última segunda-feira (8), as empresas de comunicação definiram um reajuste abaixo da reivindicação da categoria.
O sindicato patronal propõe, para salários de até R$ 5 mil, reajuste de 8,9%, como pede a categoria. Para quem ganha entre R$ 6 e R$ 7 mil, o reajuste seria de 6%, parcelado em duas vezes, e, no caso de salários superiores a R$ 7 mil, o reajuste fixo seria de R$ 420.
“Há um avanço na proposta, mas ainda estamos longe de chegar aos 8,9% para a maior parte dos salários. Além disso, a primeira faixa de salários de até R$ 5 mil, na verdade, fica abaixo do piso de 7 horas, que é em torno de R$ 5.400”, aponta Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), que trabalha na Editora Globo e informa que as negociações já duram cinco meses.
“A gente quer reajuste da inflação para todos os salários. E queremos esse reajuste o mais rápido possível, porque cada dia que passa é mais um dia de aluguel, alimento, combustível”, diz Thiago Tanji.
Em protesto e como parte da mobilização para a paralisação de hoje, os jornalistas fizeram um ato, ontem (9), em frente à sede da Globo na Av. Nove de Julho, na capital paulista.
Os jornalistas das redações da Folha de S. Paulo, da Editora Globo, do Valor Econômico e da Editora Abril já informaram que participarão da paralisação de hoje.