O deputado estadual Fernando Cury (Cidadania-SP)) virou réu no processo em que é acusado de importunação sexual à deputada Isa Penna (PSOL-SP).
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou, na quarta-feira (15), a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado contra o deputado.
Para o relator do caso, desembargador José Salette, há fortes indícios de ato libidinoso, o que justifica a abertura de ação penal. Os 24 desembargadores que compõem o colegiado também votaram pela ação penal.
“O deputado Fernando Henrique Cury agiu com clara intenção de satisfazer sua lascívia, praticando atos que transcenderam o mero carinho ou gentileza, até porque não tinha nenhuma amizade, proximidade ou intimidade com a vítima, violando assim, também, o seu dever funcional de exercer o mandato com dignidade”, escreveu o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo, quando apresentou a denúncia, em abril.
O caso de assédio sexual contra a deputada Isa Penna aconteceu em dezembro do ano passado durante uma sessão no plenário da Assembleia Legislativa. A imagem, filmada pelas câmeras da Casa, mostra o deputado se posicionando atrás de Isa Penna e colocando as mãos na lateral dos seios da deputada, enquanto ela conversa com o presidente da Assembleia em frente à Mesa Diretora.
O vídeo foi transmitido ao vivo pelo canal da Assembleia Legislativa no YouTube. Na ocasião, a deputada registrou boletim de ocorrência contra o deputado.
Ao longo deste ano, Fernando Cury ficou suspenso de suas atividades parlamentares por 180 dias e, em novembro, o Conselho de Ética do Cidadania decidiu pela sua expulsão do partido.
Sobre a decisão do Tribunal de Justiça de SP, Isa Penna, em nota, afirmou que “o recebimento da denúncia é mais uma demonstração de que foi assédio e que o lugar dele não é na Alesp”.
