Após protesto em frente ao Banco Central, na manhã desta terça-feira (18), os servidores federais realizam nova manifestação em frente ao Ministério da Economia em defesa do reajuste salarial para todas as categorias do funcionalismo.
A mobilização é parte do Dia Nacional de Mobilização dos servidores, organizado pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), e teve a presença de auditores fiscais da Receita Federal, agropecuários, peritos federais agrários, servidores da Anvisa, da área da saúde, professores e funcionários do Banco Central.
O presidente do Fonacate, Rudinei Marques, afirmou que “a mobilização começa agora. Tem data para começar, mas não tem data para encerrar. Só encerra com a reposição de ao menos as perdas inflacionárias, que já passam dos 28%”, afirmou Marques.
Segundo Laura Gusmão, representante da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores de Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), os sindicatos protocolaram no Ministério chefiado por Paulo Guedes uma reivindicação emergencial de reajuste de aproximadamente 19% para todas as categorias.
O Fórum Nacional dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) também protocolou um ofício no Ministério da Economia pedindo a abertura da negociação salarial com o governo. O presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, disse que os servidores vão endurecer o movimento caso não tenham resposta do governo. “Nos deem uma reposta, se não vão engolir a maior greve que o funcionalismo público já fez no Brasil”, afirmou na frente do prédio do Ministério comandado por Paulo Guedes.
Laura enfatizou que o movimento não é por aumento salarial, mas sim pela recomposição das perdas causas pela inflação que não são repostas desde 2017. “Estamos protocolando essa reivindicação, dando um prazo para o governo. Temos paralisações marcadas para a semana que vem e fevereiro. Se até o dia 9 de março não tivermos nenhuma posição do governo, as categorias vão entrar em greve geral”, alerta Gusmão.
O presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público (Servir Brasil), o deputado federal Professor Israel (PV-DF), também por suas redes sociais, afirmou que “é muito importante para o Estado brasileiro e para a nossa sociedade a mensagem que os servidores reunidos hoje em Brasília mandam para o governo Bolsonaro. Continuamos mobilizados em defesa do patrimônio público”.
“Fomos capazes, com a Servir Brasil e as instituições que a apoiam, desde 2019, mesmo em meio à pandemia, de defender a infraestrutura do serviço público de um ataque orquestrado por Guedes e Bolsonaro contra as bases do funcionamento do Estado e do atendimento à população”, continuou.
O deputado federal, Orlando Silva (PCdoB-SP) manifestou, através de suas redes sociais, “todo apoio à luta do funcionalismo público federal por reajustes salariais. É imoral e ilegal que Bolsonaro discrimine a grande maioria das carreiras, deixando-as à míngua, para privilegiar apenas aquelas em que julga ter apoio eleitoral”.
“Os servidores são quem mantém o Brasil funcionando, apesar da falta de governo, e suas demandas precisam ser levadas a sério, com critério e planejamento, a partir do ganho de qualidade nos serviços públicos prestados aos brasileiros. Em 2022, continuaremos juntos”, disse o Professor Israel.