O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que ocupou o posto de vice-presidente da CPI da Covid, afirmou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, “é um serviçal” do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A declaração, via Twitter, foi uma reação ao pedido para que os colegas Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), presidente e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, sejam ouvidos em ação movida pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
“Depois de tantos crimes de Bolsonaro, não me lembro do PGR tê-lo intimado para alguma coisa. Entretanto, contra aqueles que cumprem o papel do MP de investigar, ele cumpre seu papel de intimidação. É um pouco mais que advogado de defesa do Presidente: é um serviçal!”, escreveu o senador.
A ação movida pelo filho “02” de Jair Bolsonaro acusa Renan e Aziz por “possíveis práticas de abuso de autoridade, vazamento de informação sigilosa, receptação e prevaricação”.
Carlos Bolsonaro e os irmãos Flávio e Eduardo foram citados no relatório final da CPI.
Aras enviou na quarta-feira (2) um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que os senadores sejam convocados a depor. O relator será o ministro Nunes Marques, que foi indicado pelo presidente ao posto.
Em suas redes sociais, Randolfe Rodrigues também comentou a determinação do ministro Alexandre de Moraes para que a PGR se manifeste ao STF, em até 15 dias, sobre o relatório da Polícia Federal que aponta crime de Bolsonaro no vazamento de um inquérito no ano passado.
“A PF concluiu que Bolsonaro cometeu CRIME ao vazar dados sigilos com nítido desvio de finalidade, para inflar fake news. E aí, Aras?”, provocou.
O relatório da PF aponta que Bolsonaro teve participação “direta, voluntária e consciente” na publicação de informações que expuseram dados sensíveis da Justiça Eleitoral.
Como o presidente tem foro privilegiado, caberá à Procuradoria-Geral da República decidir se fará ou não uma denúncia contra o chefe do executivo pelo delito de violação de sigilo funcional.