A ordem para queimar dois helicópteros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Manaus partiu de um empresário milionário de Goiânia, ligado ao garimpo ilegal de ouro na terra indígena Yanomami, em Roraima, que foi preso nesta quinta-feira (3), pela Polícia Federal.
O mandante do crime é o empresário Aparecido Naves Junior. Com 35 anos, ele tem uma mansão em Goiânia avaliada em R$ 2,1 milhões, além de duas empresas. Naves Junior também era dono de aeronaves que eram utilizadas pelo garimpo ilegal em Roraima e que foram destruídas recentemente por agentes do Ibama.
Três dos suspeitos presos apontaram o empresário como autor intelectual do crime. A prisão do mandante do crime, Aparecido Naves Junior, ocorreu na mansão do empresário. Na operação, a polícia se deparou com diversos carros de luxo, com modelos avaliados em mais de R$ 400 mil.
“A motivação do crime foi o prejuízo que ele sofreu em ações de fiscalização tanto do Ibama, com utilização dessas aeronaves, quanto da Polícia Federal, no decorrer de 2021”, disse o superintendente da Polícia Fdeferal no Amazonas, Leandro Almada.
A prisão ocorreu dentro da Operação Acauã, que apura os crimes de incêndio, dano qualificado e associação criminosa, que acarretaram na destruição total de uma aeronave e parcial de outra.
A identificação dos criminosos foi feita a partir da perícia de 681 arquivos de vídeo colhidas de quatro câmeras de segurança. As imagens permitiram confirmar o veículo utilizado na ação, um modelo Kwid, de cor branca.
Naves Júnior esteve em Manaus dias antes do ato criminoso. No dia que os helicópteros foram queimados, ele já estava em Roraima. No acordo firmado com os outros cinco homens que participaram do episódio, o empresário garimpeiro havia acertado de fazer o pagamento de R$ 5 mil para cada um dos que colocaram fogo nos helicópteros. Durante o ato, apenas um foi incendiado e outro sofreu avarias.
A localização dos criminosos foi feita por meio da identificação do carro usado no ato. Thiago Souza da Silva, conhecido “TH”, e Wisney Delmiro, vulgo “Poderoso”, atuaram no crime como intermediários, negociando com os incendiários e o motorista que os levou até o aeródromo de Manaus.
O crime contou com a participação do motorista Edney Fernandes de Souza. Os invasores do aeródromo e autores do incêndio são Fernando Warlison Pereira, vulgo “Seco”, e Arlen da Silva, conhecido como “Mudinho”.
Todos tiveram a prisão temporária decretada, em ações realizada entre os dias 26 de janeiro esta quarta-feira, 2. Já o motorista teve a prisão em flagrante no dia 25 de janeiro, um dia após o crime.