A presidente nacional do PTB, Graciela Nienov, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que atos do ex-presidente da legenda, Roberto Jefferson, sejam anulados.
Jefferson, que é aliado de Jair Bolsonaro e está em prisão domiciliar por ter ameaçado o STF e defendido um novo AI-5, convocou, já preso, novas eleições internas para o dia 11 de fevereiro, sem ter poderes para isso.
Ele convocou novas eleições para tentar expurgar quadros que assumiram a direção do partido desde que foi preso. Em cartas, Jefferson disse que se sente traído por Graciela e outros dirigentes, como sua própria filha, Cristiane Brasil.
No pedido enviado ao STF, Graciela pediu que as ordens dadas por Jefferson de dentro da prisão domiciliar sejam anuladas.
“Os atos praticados a partir do dia 29/01/2022 pela mentoria de Roberto Jefferson, que está sob a tutela do Estado, e seus apoiadores, devem ser considerados nulos, especialmente a convenção convocada para a realização de novas eleições partidárias”, afirmou Graciela.
Segundo ela, “o ex-presidente do PTB vem, reiteradamente, descumprindo as decisões de Vossa Excelência [Alexandre de Moraes], nas quais objetivava fazer cessar os atos antidemocráticos do ex-presidente do PTB, que se utilizava da estrutura partidária para atingir seus objetivos”.
A atual presidente da legenda ainda sugeriu ao STF que avalie “sobre a possibilidade de reforço nas medidas protetivas do investigado, buscando evitar outros atos criminosos e desestabilização político-partidária”.
Depois que foi preso, em agosto de 2021, Roberto Jefferson passou a se comunicar com os membros do PTB através de cartas. Em uma delas, acusou Jair Bolsonaro de tê-lo abandonado na prisão para se aliar aos partidos do “centrão”.
Em outra, mais recente, disse que foi traído por Graciela por conta de um áudio de Whatsapp, no qual ela fala de uma reunião com o ministro Alexandre de Moraes, relator que autorizou a prisão de Jefferson.
Roberto Jefferson foi preso por ocasião da organização e convocação dos atos bolsonaristas de 7 de setembro de 2021, quando ele queria que fosse dado um golpe de Estado.
Desde então, a bancada de parlamentares do PTB pedia que ele fosse retirado do cargo de presidente, o que foi atendido pelo Supremo em novembro.