
Temer bem que delirou ser candidato à reeleição. Mas com a reprovação do governo em patamar recorde, os caciques do PMDB nos principais estados mandaram um recado ao Planalto de que ele não teria legenda para disputar a reeleição.
“Quem vai querer subir no palanque do Michel? Com essa rejeição histórica, ele afunda qualquer projeto regional do partido”, disse um deles ouvido por Gerson Camarotti, do G1.
“Se ele voltasse a insistir nesse projeto, correria o risco de ser cristianizado”, advertiu um senador, numa referência à candidatura presidencial de Cristiano Machado, em 1950. Na ocasião, o político mineiro foi abandonado por seu partido, o PSD.
Com palanques diferentes nos estados, cresce a pressão para que o partido não tenha candidato a presidente e possa fazer acordos regionais próprios. Isso também torna inviável a candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles pela legenda.
Temer ainda ensaiou, como saída honrosa, um movimento para liderar o processo de uma candidatura única dos partidos de centro em torno do tucano Geraldo Alckmin. Mas até o ex-governador preferiu manter distância da impopularidade dele.