A senadora Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata à Presidência da República, afirmou que é contra a privatização da Petrobrás.
“Sou contra a privatização da Petrobrás”, declarou a senadora.
Em entrevista ao Estadão, ela argumentou que “neste momento em que mesmo estatal ela não consegue conter a alta [de preços], se não fizermos o dever de casa em relação ao refino, não dá para falar em privatizar uma estatal que está dando lucro”.
A senadora se disse “a favor das privatizações desde que elas tenham um fim social”. “Vamos com calma”, disse.
Para ela, devem existir “critérios básicos” para privatizar: “entre as deficitárias quais não são estratégicas?”.
Simone defendeu que é preciso haver “um presidente da Petrobrás com autonomia e capacidade de dialogar com os acionistas”.
“Ele precisa dizer que sim, vocês podem ter lucro, afinal é uma S.A. Ninguém discute isso. Mas a Petrobrás tem um fim social”, declarou.
“Com esse diálogo é possível fazer uma política nacional estratégica para fazer com que a Petrobrás seja autossuficiente na produção e no refino. O governo tenta intervir na Petrobrás de forma totalmente equivocada. A gente tem que respeitar a Petrobrás como ela é, uma sociedade de economia mista com um função social estratégica para o Brasil. É possível conciliar os dois”, afirmou.
Simone Tebet criticou ainda a política de Bolsonaro em relação ao porte de armas.
“Se eu for eleita, um dos primeiros atos será por decreto rever qualquer avanço de porte de armas. Determinados temas são tão complexos que não pode prevalecer a vontade pessoal de um único governante. Sou contra o porte de armas no Brasil. Votei a favor do porte de armas na zona rural, pelas mulheres. A mulher fica sozinha na sede enquanto o marido vai trabalhar e não tem como proteger seu filho”, disse.
A senadora comentou também sobre os caminhos da sua candidatura, que tem o apoio do Cidadania e do PSDB.
Tebet, de 52 anos, declarou que pretende ampliar os canais de diálogo com outras candidaturas do centro democrático. Ela disse que há espaço para diálogo com Ciro Gomes, pré-candidato do PDT.
“Da minha parte, sem dúvida estou aberta para conversar com o Ciro. Nós dois sempre nos falamos por zap. Me dou muito bem com o irmão dele (o senador Cid Gomes) também. No momento certo essa conversa tem que acontecer e vai acontecer. Estamos no mesmo lado da história. Essa conversa é necessária. Em que sentido, o tempo vai dizer. Hoje o centro democrático tem candidatura própria. Respeito o Ciro, que não abre mão da candidatura. Mas política é diálogo”, afirmou.
Sinome informou também que existe um diálogo com o apresentador Luciano Huck e que as propostas apresentadas por ele coincidem com o seu programa de governo.
“Eu tenho um carinho muito grande pelo Luciano Huck. Estivemos juntos em algumas ocasiões. Ele tem um compromisso social muito forte. Li a matéria e concordo com grande parte das propostas apresentadas. Não é muito diferente dos programas que estão no nosso plano de governo. Nossa candidatura vai ganhar musculatura porque tem a capacidade de ouvir. Não vamos entregar o prato pronto”.
Nesta segunda-feira (dia 13) os presidentes dos partidos vão se reunir novamente para discutir uma agenda de conversas.
“Agora não falo mais só pelo MDB, mas sou também o PSDB e o Cidadania. Sou o centro democrático. Os presidentes dos partidos têm autonomia para conversar com os partidos que não têm pré-candidato e em seguida com os que têm”, explicou.
Sobre se o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) será o seu vice, ela disse que confia que o PSDB vai indicar o “melhor nome”.
“Confiamos demais no PSDB e sabemos que ele vai entregar o melhor nome para o centro democrático. O PSDB tem valorosos nomes. Minha ligação com o Tasso é umbilical. Tenho uma história de vida com ele”, frisou.