O ex-governador do Ceará e pré-candidato a presidente, Ciro Gomes (PDT), chamou o aumento do valor das bandeiras tarifárias de “descomunal” e criticou o “atrelamento dos nossos preços ao dólar”.
“Não é exagero dizer que este aumento, e o dos preços de combustíveis, viajam na mesma barca da morte. É tudo fruto de uma má política econômica e da inexistência de uma política de desenvolvimento que defenda o país e seu povo”, afirmou.
Pelas redes sociais, compartilhou a notícia de que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, na terça-feira (21), um reajuste de até 64% nas bandeiras tarifárias para o uso de energia elétrica.
A bandeira amarela, que é a mais baixa, foi elevada em 59,5%, passando de R$ 1,87 a cada 100 kWh consumidos para R$ 2,99.
A chamada bandeira vermelha patamar 1 foi a que mais foi elevada pela Aneel, com um reajuste de 63,7%, passando de R$ 3,97 para R$ 6,50 a cada 100 kWh. Por fim, a bandeira vermelha patamar 2 subiu 3,2% e chegou a R$ 9,79.
A bandeira verde, quando não é cobrada nenhuma tarifa extra, poderá ser mantida pelo governo Bolsonaro somente até depois da eleição, em uma clara manobra eleitoreira.
Segundo Ciro Gomes, “o aumento descomunal decretado nas tarifas elétricas faz parte do mesmo círculo vicioso que estrangula nosso povo e nossa economia, cujo nervo mais exposto é o atrelamento dos nossos preços ao dólar para quem ganha míseros salários em real”.
Ele comentou que o caso é um “coquetel amargo que mistura baixo investimento, menosprezo a novas fontes de energia, atraso tecnológico, dependência, entreguismo, rendição ao capital financeiro e insensibilidade absoluta com o sofrimento da população”.
Os aumentos foram anunciados menos de um mês depois da privatização da Eletrobrás. O ex-governador já comentou que “privatização, no caso brasileiro, dado o baixíssimo nível de capital nacional, significa internacionalizar” e, por isso, ele é contra.
“Ou seja, se eu entrego ao capital estrangeiro a minha companhia de geração e distribuição de energia, na prática eu estou entregando aos estrangeiros o regime de águas do país”, criticou.
O pré-candidato à Presidência falou que, caso seja eleito, reverterá o processo de privatização da Eletrobrás.