Os servidores da segurança pública manifestaram indignação após Bolsonaro vetar a previsão de reajustes salariais e reestruturação de carreiras na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2023, sancionada na quarta-feira (10/8).
Desde o início do ano, a categoria tem lutado para garantir a recomposição salarial, ajuste na política de diárias, e reestruturação de carreiras, mas tem sido negligenciada pelo governo Bolsonaro.
Em nota, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) afirmou que Bolsonaro mentiu para a categoria mais uma vez. “Os policiais federais esperavam uma posição diferente do presidente da República nessa questão, posto que ao não conceder a reestruturação em 2022 havia se comprometido que tal medida estaria prevista no orçamento de 2023. Porém, mais uma vez, ele descumpre o prometido. Os sentimentos de decepção, abandono e indignação traduzem o estado de espírito de toda uma categoria empenhada em prestar o melhor serviço para a Segurança Pública no Brasil”, diz a nota.
Para Luciano Leiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), o veto de Bolsonaro exemplifica a desvalorização dos agentes da segurança pública da União. “Recebemos com preocupação a notícia do veto por parte do presidente da República. O dispositivo vetado previa na Lei de Diretrizes Orçamentárias a reestruturação das carreiras policiais da União, o que seria de extrema importância para as forças de segurança. Enquanto outras carreiras jurídicas sinalizam aumentos para seus membros em 2023, o governo federal aponta o sentido oposto para os policiais”, disse.
“Acreditamos que o assunto ainda será debatido e estamos trabalhando para que o veto seja derrubado. Contudo, essa é mais uma sinalização de desvalorização dos policiais federais e demais profissionais da segurança pública da União por parte do governo”, completou Leiro.
Na avaliação da presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol), Tania Prado, o veto reforça as denúncias de que o governo federal tem promovido a desvalorização da categoria e tem mentido para os trabalhadores da segurança pública. “O veto presidencial reforça aquilo que já havia sido constatado nos últimos meses: que este governo não valoriza as polícias da União e tem por método utilizar um discurso falacioso como pretexto para nunca avançar no real fortalecimento das forças de segurança pública”, disse Tania.
Os vetos também afetaram os servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que lamentaram, em nota da União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis), os cortes na previsão de reestruturação das carreiras da agência na LDO 2023 e conclamaram os trabalhadores policiais para somarem forças para combater os vetos.
“A negociação para a inclusão dessa autorização ocorreu de modo transparente e inclusivo no âmbito do Congresso Nacional, e visava corrigir injustiças que já se acumulam há mais de uma década de perdas salariais significativas. Ressaltamos que não recebemos qualquer aumento real há muitos anos, e que somente a inflação já corroeu nossa remuneração em cerca de 60% desde 2011”, disse a Agência.
“Aproveitamos a ocasião para manifestar nossa solidariedade aos colegas servidores das carreiras policiais que tiveram seu inciso na LDO 2023 igualmente vetado, e os chamamos para juntos trabalharmos pela justa rejeição aos vetos no Congresso Nacional”, manifestou.
Bolsonaro chegou a aventar um reajuste apenas para os servidores da segurança pública, como forma de tentar reforçar sua influência entre esses trabalhadores, mas logo a máscara caiu e nenhuma categoria do funcionalismo público federal teve a recomposição salarial garantida. Bolsonaro será o primeiro presidente em mais de trinta anos a não conceder reajuste aos servidores.
bolsonaro , malandramente, lançou suas sementes em searas evangélicas e militares, além de segmentos que também adoram uma mamata, e já está colhendo os frutos desses grupos de alienados politicos, que buscam uma “bolha de privilégios”.