O Museu do Ipiranga, um dos mais importantes do país, volta a abrir suas portas nesta terça-feira (6), em São Paulo. A instituição que faz referência à Independência do Brasil foi fechada em 2013 e, desde 2017, estava passando por reformas.
Além da restauração do prédio, chamado edifício-monumento, um novo setor foi construído, dobrando a área do museu fundado em 1885. Agora, o local conta com mais espaços expositivos, um mirante e recursos de acessibilidade. Na área externa, foi feita a restauração do jardim francês. O custo da reforma é estimado em R$ 235 milhões.
Com 11 novas exposições, o museu vai exibir em torno de 3,7 mil itens – entre pinturas, esculturas, fotos, objetos e relíquias arqueológicas. Entre os destaques está o famoso quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, objetos de Santos Dumont e uma maquete de gesso que representa a cidade de São Paulo em 1841.
Outra novidade é que agora o museu irá apresentar contrapontos a figuras e situações controversas, como estátuas de bandeirantes.
“O contraponto serão outras visões da sociedade sobre o tema. Toda exposição terá uma tela de contraponto”, disse Ana Paula Nascimento, professora e curadora da instituição. “Queremos um museu muito mais plural: é isso que a gente busca no Museu Paulista”.
Na entrada do Museu do Ipiranga, os visitantes podem ver 17 globos cheios das águas dos mais importantes rios nacionais. As águas foram trocadas este ano, usualmente, elas são substituídas a cada período de 30 anos, uma atividade de coleta realizada em parceria com a Marinha do Brasil.
Já nas salas reformadas do edifício, todas as preocupações com acessibilidade estão presentes no novo prédio. Com informações em libras, em braile e com obras e réplicas de quadros em relevo, a nova proposta traz um museu não apenas para ser olhado, mas também para ser sentido pelo tato.
A principal obra do museu seguirá sendo o quadro Independência ou Morte. A pintura do artista Pedro Américo feita em 1888, com dimensões de quase 8m por mais de 4m, também foi restaurada e agora conta com réplicas em relevo da obra disponíveis aos dedos de todos.
O início da cerimônia de reabertura está previsto para 19h desta terça, com a interpretação do hino nacional pela Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) na esplanada, em frente ao edifício-monumento.
Os pronunciamentos das autoridades acontecerão em seguida. Em nome da USP, que administra a instituição, devem falar o reitor, Carlos Gilberto Carlotti Junior, e a diretora do museu, Rosaria Ono. Um porta-voz dos patrocinadores também vai discursar.
PROGRAMAÇÃO
A reabertura do Museu estava marcada para esta quarta-feira (7), quando se comemora o bicentenário da Independência do Brasil, mas foi antecipada para evitar que manifestações políticas prejudiquem o evento, que será restrito a autoridades, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.
Durante o feriado, o museu abrirá apenas para as famílias dos operários que trabalharam ao longo dos três anos de obras e para estudantes e professores de escolas públicas. Porém, o Parque da Independência, que fica no entorno, estará aberto a partir do meio-dia e, à noite, contará com uma programação de shows para celebrar a reabertura. Estão programadas apresentações de João Carlos Martins, Juliette, Vanessa da Mata, Fafá de Belém, Criolo, entre outros.
O Museu do Ipiranga reabrirá ao público geral nesta quinta-feira (8). Paralelamente, até o dia 11 de setembro, haverá no local uma série de apresentações culturais de música, dança, teatro e circo, que serão transmitidas online. Os festejos terão atrações como Gabriel Sater, Geraldo Azevedo e a banda Melim.