O livro “Curuguaty, o combate paraguaio por terra, justiça e liberdade”, do jornalista Leonardo Wexell Severo (Editora Papiro, 100 páginas), será lançado nesta quinta-feira, às 18 horas, na Universidade Nacional de Assunção (UNA), como parte das atividades referentes aos seis anos do massacre.
No dia 15 de junho de 2012, em Marina Kue, Curuguaty, 11 camponeses e seis soldados foram assassinados por franco-atiradores “com as digitais dos Estados Unidos”, denuncia o autor, lembrando que “o sangue derramado serviu como pretexto para que o presidente Fernando Lugo fosse derrubado uma semana depois”. Neste momento, temos quatro camponeses condenados a até 35 anos de prisão por lutarem pela reforma agrária, sem que os juízes vinculados à ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989) tenham conseguido comprovar absolutamente nada contra eles.
Ao longa da semana está prevista uma série de atividades na capital paraguaia e no interior, como peregrinação até o local da carnificina, cerimônia ecumênica e almoço comunitário em Curuguaty, marcha pelas ruas de Assunção e visita ao presídio de Tacumbú.
No Brasil, a Escola Estadual Caetano de Campos da Aclimação, na capital paulista, foi palco sexta-feira à noite de um debate com professores e estudantes sobre a realidade paraguaia, a integração latino-americana e o papel alienante e desagregador dos monopólios de comunicação, vergonhosos porta-vozes do sistema financeiro, das transnacionais e do latifúndio. O evento reafirmou a solidariedade aos presos políticos.
Durante visita ao Sindicato dos Hoteleiros de São Paulo , o vice-presidente nacional do Partido Pátria Livre (PPL) e pré-candidato à presidência da República, João Goulart Filho se somou à campanha pela libertação. “Quero me solidarizar à luta dos camponeses de Curuguaty, presos numa situação extremamente desconfortável para os direitos humanos”, declarou. “Ao lado dos humildes que lutam contra a opressão e pela liberdade”, o filho do ex-presidente Jango ressaltou que “é simplesmente inadmissível que tenhamos, em pleno século 21, uma justiça que se coloque como freio para impedir a reforma agrária e tantas outras conquistas necessárias para o desenvolvimento dos nossos povos latino-americanos”.