Criminoso acusado de envolvimento com o garimpo ilegal foi detido pela PRF com R$ 6 mil e lista com nomes de pessoas e valores pagos
O garimpeiro e candidato a deputado federal pelo PL de Roraima, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, Rodrigo Martins de Mello, ou Rodrigo Cataratas, foi preso em flagrante na noite da quinta-feira (29) por compra de votos, em Boa Vista, capital de Roraima.
Acompanhado da fotógrafa da campanha e um amigo, o carro em que estavam foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal. Todos foram levados para a delegacia da Polícia Federal e autuados por compra de votos. Foram liberados, após pagamento de fiança no valor de R$ 26,2 mil, na sexta-feira (30).
Durante a fiscalização da PRF, foram encontrados R$ 6.136 em dinheiro vivo, “santinhos” da campanha de Cataratas e uma lista com nomes de pessoas e valores pagos, conforme informações da PF.
De acordo com a defesa de Cataratas, eles retornavam de uma reunião de campanha realizada no norte de Roraima quando foram abordados. “Não foi nenhuma surpresa essa ocorrência hoje, ainda mais às vésperas das eleições, e se confirma a não disfarçada busca de manchar sua reputação e minar sua candidatura”, comunicou a defesa.
A legislação eleitoral determina que candidatos não podem ser detidos ou presos nos 15 dias que antecedem o primeiro turno das eleições, salvo, porém, casos de flagrante delito.
CRIMINOSO
Defensor do garimpo ilegal, Cataratas costuma usar suas redes sociais para questionar ações do Ministério Público Federal e Ibama contra as operações de fiscalização de terras indígenas. Ele foi alvo de três processos por crime de organização criminosa e exploração ilegal de ouro no Território Yanomami, em Roraima.
Em 2019, nove aeronaves registradas em nome das empresas do investigado foram apreendidas durante a Operação Frankenstein da Polícia Federal em Goiânia e Anapólis (GO). A operação visava coibir diversos crimes e irregularidades em oficinas de manutenção de aeronaves, onde são montados os helicópteros utilizados pelo garimpo.
A suspeita era de comercialização de partes e peças de aeronaves sem origem comprovada ou importadas ilegalmente.
Os bens foram devolvidos por decisão da desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional da 1ª Região (TRF-1), em dezembro passado.
O apelido “Cataratas” é em referência ao nome de uma das empresas do suspeito. Ele é líder do Movimento Garimpo Legal (MGL) no Estado. Além de empresas de aviação, Rodrigo Cataratas é dono de direitos minerários em áreas espalhadas pela região amazônica.
Em maio, ele liderou protestos contra uma delegação do Senado que foi a Roraima apurar denúncias de violência de garimpeiros contra indígenas da etnia yanomami.