TCU cobra do Ministério da Defesa a divulgação das conclusões e dá prazo de 15 dias
O resultado da auditoria das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas, que não encontrou nenhum indício de fraude, não foi divulgado publicamente porque Jair Bolsonaro não permitiu.
A conclusão da auditoria, que observou 385 boletins de urna e testou 58 urnas eletrônicas, foi apresentada a Jair Bolsonaro pelas Forças Armadas.
Ele, no entanto, só queria que o relatório fosse divulgado caso descobrisse algum indício de fraude. Segundo o jornal O Globo, Bolsonaro falou “que os militares deveriam se esforçar mais, porque as informações não batiam com o que ele próprio soube a respeito do assunto”.
Dois generais do alto comando das Forças Armadas relataram o caso para o Globo.
Bolsonaro disse que deve ser feito um “relatório completo” que contemple o segundo turno das eleições, que está disputando contra o ex-presidente Lula e aparece, ao menos, com 10 pontos de desvantagem.
O governo federal agiu insistentemente para que as Forças Armadas participassem do processo eleitoral e anunciou, de forma unilateral, que seria realizada a contagem paralela e o teste das urnas eletrônicas.
Foi falado, inclusive, que o relatório com a conclusão seria divulgado até 4h depois do fim da apuração. Na segunda-feira (10), uma semana depois do fim da apuração, foi informado que não há previsão para a divulgação.
No mesmo dia, o presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, pediu ao Ministério da Defesa uma cópia do relatório, dando 15 dias de prazo.
O subprocurador-geral do TCU, Lucas Rocha Furtado, que fez o pedido atendido por Dantas, afirmou que “a Constituição Federal admite sigilo em raras hipóteses, uma delas quando a informação seja imprescindível à segurança do Estado, e, neste caso, é a segurança do Estado que sairá fortalecida com a divulgação de tais informações”.
SEGUNDO TURNO
Bolsonaro já chegou a falar que “se nós não ganharmos no primeiro turno, algo de anormal aconteceu dentro do TSE”, mas ele sequer ficou em primeiro lugar.
Em primeiro ficou o ex-presidente Lula, com 48,43% do total – 57,2 milhões de votos. Jair Bolsonaro recebeu 43,2%, o que significa 51 milhões de votos.
No segundo turno, para o qual Lula recebeu o apoio de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), que receberam, juntos, 7,2% dos votos, a vantagem é de 10 pontos percentuais, segundo a pesquisa Ipec.