O responsável pelo atentado contra duas escolas que resultou na morte de 3 pessoas e 13 feridos na cidade de Aracruz, norte do Espírito Santo, foi preso na tarde desta sexta-feira (25). O assassino é menor de idade, ex-aluno do turno da tarde do colégio Primo Bitti e portava símbolos nazistas nas roupas em que utilizou para o ataque.
A prisão ocorreu após um cerco à uma casa da sua família que ficava próxima às unidades de ensino, em Coqueiral de Aracruz. Os crimes aconteceram no Centro Educacional Praia de Coqueiral (antigo Darwin) e na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti, deixando três mortos e pelo menos nove feridos.
O anúncio da prisão foi feito pelo governador Renato Casagrande (PSB) em suas redes sociais: “Nossas equipes de segurança alcançaram o autor do atentado que, covardemente, atacou duas escolas em Aracruz pela manhã. Decretei luto oficial de três dias em sinal de pesar pelas perdas irreparáveis. Continuaremos apurando as motivações e, em breve, teremos novos esclarecimentos”.
A Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa) informou que seis das 13 pessoas que ficaram feridas no ataque estavam hospitalizadas até o fim da tarde desta sexta. Entre as vítimas estão duas crianças, uma delas em estado gravíssimo.
Em coletiva de imprensa, realizada nesta tarde, o governador confirmou as informações divulgadas anteriormente. As armas utilizadas pelo adolescente eram de propriedade do seu pai, que é policial militar.
O governador Renato Casagrande confirmou que havia um símbolo nazista acoplada à roupa que o jovem usava durante o ataque. Buscas foram feitas dentro da casa onde ele acabou preso, mas nenhum outro símbolo foi encontrado.
“Ele tinha uma pistola .40 do Estado, da Polícia Militar e um revolver 38, além de três carregadores. A prisão ocorreu devido a uma integração entre PC e PRF. Contamos com o Cerco Eletrônico, que nos ajudou muito, identificamos o veículo, a partir daí identificamos o proprietário, fomos até o local e cercamos a casa, o judiciário permitiu. Os pais dele colaboraram, estavam destruídos. Uma das armas era do pai, da Polícia Militar. E uma outra pistola era particular. O adolescente confessou à Polícia Civil, mostrou a roupa, as armas e como fez. Estava bem calmo. Até então, não tem motivo, ele planejou durante dois anos”, destacou o Superintendente de Polícia Norte da PCES, João Francisco Filho.
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Santos Arruda, o suspeito, inicialmente, não possuía um alvo definido. “A sala dos professores ficava a 20 metros do portão onde ele entrou. Acreditamos que ele não tinha um alvo definido. Essas pessoas costumam ficar isoladas e se juntar a grupos extremistas. Vamos trabalhar toda a história dele para saber com quem estava se relacionando dentro e fora do Brasil”, disse.
O CRIME
Segundo o capitão Alexandre, do 5º Batalhão da PMES, o autor dos crimes entrou primeiro na escola estadual e em seguida na particular, armado com uma pistola e vários carregadores. Na Primo Bitti, os disparos começaram na sala de professores, se estendendo a algumas outras salas, e atingiram cerca de seis pessoas, sendo que em duas foi confirmado o óbito no local.
O criminoso teria deixado a primeira escola utilizando um veículo Renault Duster de cor dourada, com as placas tampadas. No Centro Educacional Praia de Coqueiral, relata, “ele fez a mesma coisa: entrou nas salas, efetuando disparos. Lá ele atingiu cerca de cinco pessoas e um óbito foi confirmado no local. Os feridos foram socorridos em hospitais da região”.
O mesmo veículo foi usado na fuga da segunda escola, em direção à orla.
Casagrande destacou que, após uma ação de inteligência das policias do Estado, um cerco foi montado nesse segundo imóvel: “A ação foi muito colaborativa, tanto por parte dele, quanto dos pais. Com informações obtidas pelo Cerco Inteligente, a casa foi identificada e cercada”.
DISTÚRBIOS MENTAIS
Segundo o governo capixaba, também ficou constatado que o adolescente fazia um tratamento psiquiátrico. No entanto, não foi informado se ele tomava medicamentos ou se possuía registros de aluno especial.
“É fundamental, em uma sociedade tão complexa como a nossa, com tantos fatores externos que influenciam a nossa personalidade, que todos nós fiquemos atento ao comportamento das pessoas. Os pais, os avós, irmãos, devem ficar atentos ao comportamento do seu filho, da sua filha, da sua neta, porque é preciso que haja um tratamento da saúde mental”, avaliou Casagrande.
Governador pede para que pais fiquem atentos
“É fundamental, em uma sociedade tão complexa como a nossa, com tantos fatores externos que influenciam a nossa personalidade, que todos nós fiquemos atento ao comportamento das pessoas. Os pais, os avós, irmãos, devem ficar atentos ao comportamento do seu filho, da sua filha, da sua neta, porque é preciso que haja um tratamento da saúde mental”, avaliou Casagrande.