A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal deflagraram, nesta quinta-feira (29), uma operação contra bolsonaristas que vandalizaram Brasília e tentaram invadir a sede da Polícia Federal no dia 12 de dezembro.
Até as 10h de hoje, pelo menos quatro pessoas tinham sido presas em Rondônia, Rio de Janeiro e Distrito Federal. São elas: Klio Damião Hirano, Ricardo Yukio Aoyama, Atilla Mello e Joel Pires.
Um dos alvos, que estava hospedado em um hotel de Brasília, não foi encontrado pelos policiais. O nome não foi divulgado e é considerado foragido.
Ao todo, as corporações cumprem 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e nos Estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
No total, 40 pessoas foram identificadas pelos ataques a Brasília pela polícia e 11 delas são alvo de mandados de prisão nesta operação.
Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação foi batizada de Nero, o imperador tresloucado que incendiou Roma. Ele governou de 13 de outubro de 54 (DC) até a sua morte, em 9 de junho de 68.
Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.
O delegado da Polícia Federal, Cléo Mazotti, disse que, entre os alvos, estão bolsonaristas que frequentavam os atos no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU). “Vários dos indivíduos [investigados], quase a totalidade, passou pelo QG. Inclusive, postam foto em rede social no QG”, afirmou o delegado.
O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou nas redes sociais a operação desta quinta-feira.
“As ações policiais em curso visam garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo”, escreveu Dino.
De acordo com a Polícia Federal, “o conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo”.
A operação da PF deriva das investigações que tiveram início após a tentativa de invasão à sede da PF. Naquele momento, bolsonaristas começaram a vandalizar Brasília em protesto contra a prisão do suposto cacique Acácio Serere, que protagonizou atos violentos na cidade contra as eleições presidenciais que deram vitória a Lula.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelos baderneiros. Eles também quebraram vidros de automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
A PF afirma que a investigação teve início na corporação, em conjunto com a Polícia Civil, que apurou os ataques de vandalismo na capital. Os inquéritos foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).