Lula deverá se reunir com as Centrais na próxima quarta-feira, dia 18, para discutir uma política permanente de aumento real (acima da inflação) do salário mínimo.
Enquanto o ministro Fernando Haddad não retorna de Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial, o salário mínimo fica nos R$ 1.302, valor estabelecido ainda no governo Bolsonaro. A PEC do Auxílio de Emergência estipula um adicional de R$ 6,8 bilhões para o aumento real já em 2023, promessa de campanha do presidente Lula.
Segundo apurou a CNN, o governo federal editou uma portaria quarta-feira, dia 11, mantendo o valor mínimo dos benefícios da Previdência, em R$ 1302, mas sem fixar prazo de validade, indicando que uma decisão definitiva ainda vai ser tomada pelo presidente Lula.
Lula deverá se reunir com as Centrais na próxima quarta-feira (18), para discutir uma política permanente de aumento real (acima da inflação) do salário mínimo. Durante seus governos anteriores, o salário mínimo teve um aumento real de 70% (Dieese).
MERCADO INTERNO
É consenso entre as forças que apoiaram o novo governo que, deflagrada na fase emergencial, a política de valorização do trabalho e de geração de emprego, e de consequente fortalecimento do mercado interno, deve ser acelerada na fase de reconstrução.
A meta é duplicar o poder de compra do salário mínimo em quatro anos e gerar 21 milhões de empregos. Por isso, inclusive, o governo Lula negociou o índice de correção do salário com o Congresso Nacional na PEC do Bolsa Família.
BANCO MUNDIAL
Para o economista-chefe do Banco Mundial, Felipe Sichel, no entanto, o recuo no reajuste do piso é uma sinalização importante de uma menor pressão inflacionária na economia. “O salário mínimo é um componente relevante das contas públicas e da dinâmica de demanda agregada do país, e você dar reajustes reais de salário mínimo, ou seja, acima da inflação, levaria realmente a uma pressão inflacionária adicional”, disse à CNN.
Sobre o pagamento de juros pelo Tesouro, que este ano vai beirar a um trilhão de reais, não fez comentários.
CARLOS PEREIRA