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Visita saudita à Síria ocorre após retomada de relações da Arábia Saudita com o Irã, em aproximação mediada pela China
O ministro do Exterior da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan, se encoutrou em Damasco com o presidente da Síria, Bashar Al Assad.
O encontro, ocorrido no Palacio do Povo nesta quarta-feira, dia 18, inicia o processo de reestabelecimento das relações entre os dois países e é mais um passo do governo saudita no sentido de afirmar sua independência com relação à política externa ditada pelos Estados Unidos, da qual, até aqui, os sauditas estavam entre os principais aplicadores.
A Síria se viu isolada da maioria dos países que integram a Liga Árabe, desde o momento em que, ariculado pela Casa Branca, foi urdido um golpe para derrubar o presidente Assad, com início em março de 2011.
O pretexto surrado foi a ausência de democracia na Síria. A Arábia Saudita, à época, se aliou à intervenção norte-americana enviando recursos para alimentar as hostes alimentadas por Washington.
Após anos de uma resistência heroica e com o apoio fundamental da Rússia, a Síria superou a invasão mercenária, mas ainda luta para liberar partes de seu território, incluindo regiões petrolíferas, ainda sob o tacão de militares norte-americanos.
No período recente, o governo saudita iniciou um processo de adotar uma política independente da Casa Branca, o que culminou com o encontro entre o representante saudita e seu homológo iraniano e o anúncio de abertura mútua de embaixadas em Riad e Teerã. O encontro aconteceu em Pequim com apoio do ministério do Exterior da China.
Depois dessa aproximação, a Arábia Saudita iniciou conversações de paz com o governo popular iemenita e agora começa a ativar uma unidade árabe no Oriente Médio.
Segundo a agência de notícias síria, SANA, o representante saudita desejou aos sírios “segurança, estabilidade e progresso”.
O president Assad retribuiu enviando saudações ao príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman, e de fraterinidade ao povo saudita destacando que “a fraternidade que une os árabes permanence como o mais profundo dos laços que unem os países árabes”.
As relações concretas entre a Síria e a Arábia Saudita constituem o estado natural e assim deveriam existir pois estas relações não constituem apenas o interesse dos dois países, mas também refletem o interesse árabe e regional”, acrescentou o líder sírio.
Assad disse ainda que “a mudança em curso, na dinâmica mundial, implica na necessidade de cooperação entre os países árabes de forma a investir e reverter as mudanças em favor dos interesses dos povos de todos os países da região.
O ministro saudita declarou a confiança dos sauditas na “habilidade da Síria e de seu povo em superar os impactos da guerra e de alcançar um desenvolvimento sustentável” e também declarou o apoio do governo saudita à “preservação da integridade territorial da Síria e na criação de um ambiente que ajude ao retorno dos refugiados a sua terra”.