
A Declaração de Panmunjom firmada durante a cúpula Norte-Sul pelos presidentes Kim Jong Un e Moon Jae-in afirma claramente que a “declaração de fim da guerra é o início da preservação da paz na Península Coreana” e que os EUA devem mostrar seu aspecto responsável para a estrutura da paz permanente”.
As autoridades sul-coreanas apresentaram como meta a adoção deste termos durante este ano de 2018, o que foi aplaudido pelos setores políticos majoritários na Coreia do Sul mas gerou descontentamento por parte do Partido conservador da ex-presidente Park Geun-hye que hoje cumpre pena de prisão em Seul por corrupção, o Partido Coreia Livre, que embora tenha ficado na rabeira das últimas eleições presidenciais mantém sua linha de confronto com a República Popular Democrática da Coreia e contra a reunificação da nação coreana.
Esse setor minoritário nega a necessidade de que a Coreia do Sul faça uma declaração assumindo o fim da guerra da Coreia (1950-1953), são contra que a substituição do acordo de armistício que nada mais é que uma trégua na guerra, uma interrupção temporária da guerra e não o fim da guerra, por um tratado de paz definitivo; argumentam que “a paz não virá por si só mesmo que se publique uma documento dando fim à guerra”.
A Coreia Popular considera que tal negação por esses conservadores “não passa de loucura frenética e belicista, obstinação pelo confronto e pela guerra na Península Coreana na tentativa de impedir a todo custo a assinatura desse documento e a reconciliação entre ambas as partes coreanas e entre a RPDC e os EUA. O problema em questão é o primeiro passo para aliviar a tensão e estabelecer o sistema de paz duradoura na Península Coreana e, ao mesmo tempo, um componente indispensável para criar a confiança entre a RPDC e os EUA.”
ARMISTÍCIO
O armistício não é o fim da guerra nem assegura a paz. Ele foi assinado há 65 anos e mantando-se essa situação mantem-se a instabilidade e o desequilíbrio gerando tensões evitáveis.
“A Declaração de Panmunjom determinou como tarefa histórica impostergável o fim do atual estado de armistício anormal e o estabelecimento do firme sistema de paz. E apresentou como um dos mais importantes artigos do acordo o de declarar no presente ano a suspensão da guerra e converter o acordo de armistício em convênio de paz. Tal assunto, o de estabelecer o fim da guerra, também foi aprovado também pelos EUA e ratificado nas conversações durante a cúpula RPDC-EUA constituindo-se em substancial aporte à paz na região e no mundo além de beneficiar não apenas a RPDC e os EUA e outros integrantes da sociedade internacional. “Este assunto deve ser resolvido já. A adoção do fim da guerra vem a ser o primeiro passo inevitável tanto para terminar com as arraigadas relações hostis entre RPDC e EUA para estabelecer novas relações entre esses dois países como para abrir caminho para o novo futuro, a paz e a segurança entre os povos de ambos os países”, afirma também a RPDC.
Todos as partes envolvidas devem levar em conta o espírito da cúpula Norte-Sul e da cúpula RPDC-EUA. É lamentável que essa questão não tenha sido ainda resolvida tendo como pretexto as pressões políticas de setores reacionários e belicistas na Coreia do Sul que já não mais estão poder.
A assinatura da declaração de fim da guerra que deve ser firmada pelo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, é a questão central neste momento e é o que pode ajudar a fazer avançar as relações Norte-Sul, o processo de paz na Península Coreana e a distensão e o fim das hostilidades nas relações dos EUA com a RPDC. Além de ser uma clara resposta das forças que almejam a paz na Coreia do Sul aos conservadores que, ao contrário disso, obstinados no passado de confronto, preferem manter o anacrônico acordo de armistício para manter a tensão e a instabilidade na Península Coreana. Que vença o novo, a paz na Península Coreana com a declaração de fim da guerra, as boas relações entre a RPDC e a Coreia do Sul e o fim das hostilidades nas relações RPDC-EUA para que se estabeleça o Tratado de paz definitivo que ponha fim à Guerra da Coreia até hoje inconclusa.
ROSANITA CAMPOS