
“O presidente do Equador, Lenin Moreno, deixou claro que seu governo está negociando a entrega do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, às autoridades inglesas”, afirmou Bill Van Auken, em artigo publicado no site WSWS, sob o título “Julian Assange e a traição da ‘esquerda’ da América Latina”.
Para o autor, se capturado na Inglaterra, Assange “seria submetido a uma longa pena de prisão”. Sobre a possibilidade do governo inglês o extraditar para os EUA, lá ele “poderia enfrentar a prisão perpétua ou até mesmo a pena de morte por espionagem e outras acusações de conspiração”.
Ao condenar a atitude de Moreno contra Assange, Auken afirmou que o atual presidente do Equador busca agradar “às principais potências imperialistas”, e que para isso, lançou falsas acusações contra Assange.
Em resposta o autor afirma que “não há nenhuma evidência de que Assange ou o WikiLeaks invadiram os e-mails de qualquer pessoa” ou que tenham “violado qualquer lei”. Na verdade, Assange realizou um inestimável trabalho como jornalista ao “disponibilizar para todo o mundo os segredos sobre os crimes das guerras imperialistas”, tornando evidente as “conspirações de Washington” com as “corporações transnacionais” em favor da guerra.
Auken afirma ainda que Assange, que passou os últimos seis anos preso na embaixada equatoriana, viu a administração Trump tornar mais explícitas as intenções do EUA contra ele, com o “atual secretário de Estado, Mike Pompeo, declarando o WikiLeaks” não só um “‘serviço de inteligência hostil” ligado a Rússia, como afirmou que por isso não tem qualquer direito a se expressar, conforme afirma a Primeira Emenda dos EUA, que trata da liberdade de expressão.
Moreno cassou qualquer possibilidade de comunicação disponível para Assange, o deixando sem acesso a internet, telefone ou mesmo a visitas, fazendo dele um cidadão com “menos direitos do que um prisioneiro”. “Na verdade, tudo isso diz respeito a uma virada acentuada para a direita, não apenas do governo de Lenin Moreno, mas de todos os governos da chamada ‘maré rosa’ da América Latina e seus satélites da pseudo-esquerda”.
A essa pseudo-esquerda Auken inclui Nicolás Maduro, que colocou sobre os trabalhadores o fardo da crise. Também inclui o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que “desencadeou um banho de sangue” visando “esmagar os protestos populares contra” seus cortes à la FMI. Ou ainda Lula, que “está preso, enquanto o PT foi desacreditado devido a suas próprias medidas antidemocráticas e ataques aos direitos dos trabalhadores”, o que para ele abriu caminho para aberrações, a exemplo da candidatura de Jair Bolsonaro.
“A pseudo-esquerda latino-americana ignorou os ataques a Assange, recusando-se a levantar um dedo em sua defesa”.
“A tarefa de defender Julian Assange só pode ser alcançada através da mobilização política da classe trabalhadora”, exigindo “que o governo do Equador interrompa sua proposta reacionária de pôr fim ao seu asilo, lutando por sua imediata liberdade das perseguições perpetradas pelas autoridades americanas e inglesas”, buscando evitar “qualquer tentativa de prendê-lo ou extraditá-lo”.
A situação de Battisti foi parecida, queriam ganhar poder com a situação.
A situação do Battisti nada tem a ver com a situação do Assange – este revelou um esgoto de conspirações contra a Humanidade e foi ameaçado de prisão (e deportação para os EUA) por dois casos ridículos e injustos, acontecidos na Suécia, que, aliás, não ultrapassam o âmbito meramente pessoal.