
No Rio Grande do Sul, a Rede Bandeirantes decidiu que sua emissora de rádio na capital Porto Alegre não irá mais transmitir o programa ‘Hora Israelita’, que passou a defender o extermínio de palestinos por israelenses na Faixa de Gaza. O programa era transmitido aos domingos desde 1946.
A reação do grupo de comunicação veio duas semanas depois de a comentarista do programa Deborah Srour ter utilizado seu espaço na ‘Hora Israelita’ do dia 15 de Outubro para justificar o massacre cometido por Israel que já matou mais de 8 mil pessoas, a maioria crianças e mulheres.
Srour chamou os palestinos de “animais”, mesmo termo empregado pelo ministro de Defesa de Israel, Yoav Gallant, e pregou que “não há civis inocentes do lado de Gaza”. Klemt disse não haver outra forma “a não ser realmente dizimando uma população que acha que matar assim aleatoriamente tá tudo certo”.
A apresentadora afirmou que o Exército de Israel deveria ser “mortífero” contra essa população, sem respeitar qualquer proporcionalidade na resposta ao ataque promovido pelo Hamas no dia 7 de outubro.
As duas manifestações foram reveladas pelo site de notícias ‘Matinal’, também de Porto Alegre. Srour, que vive em Nova York, fez dois comentários na rádio a respeito.
“Não há civis inocentes do lado de Gaza”, declarou na Band. “Se eles se comportam como animais, então Israel tem de lidar com eles como animais”, disse.
Depois, no dia 22, entrando no programa desde Jerusalém, assegurou ter “muito mais direito a essa terra, onde os avós dos meus avós estão enterrados, e os avós deles, do que árabes que saíram da Arábia e do Egito, e se mudaram para cá no último século”. Na sua opinião, existiria um “ódio mortal” dos árabes aos judeus alimentado “desde o berço” com uma “sede de sangue insaciável”.
Em vídeo postado no Facebook, Srour reafirmou sua defesa do morticínio e disse que ser “sionista” é “uma medalha de honra” e que suas palavras foram tiradas do contexto.
“Expressei minha opinião como qualquer pessoa normal de que Israel deveria exterminá-los”, declarou logo após citar os atos praticados pelo Hamas contra civis no dia 7 passado.
A Band Porto Alegre ponderou que a opinião de Srour não está de acordo com a postura editorial da rádio. Também alegou que a ‘Hora Israelita’ é terceirizada, quer dizer, o horário é alugado pela emissora.
IDENTIFICAÇÃO COM O FASCISMO
A simpatia de Srour por fascistas não se limita aos criminosos de guerra israelenses. A apresentadora já postou em suas redes sociais, vídeos do ex-presidente Jair Bolsonaro e, quando Donald Trump terminou o mandato, escreveu que “o maior presidente dos EUA acabou de deixar a Casa Branca”. Também tachou de “hipócrita” a cantora pop Lady Gaga que criticava Trump por viver falando “em agarrar mulheres”.
No dia do ataque do Hamas, Srour postou vídeo da “querida Bia Kicis”. A deputada bolsonarista apareceu no santuário de Fátima empunhando duas velas, uma para Israel e outra para o Brasil. A do Brasil, anunciou, seria “para acabar com a tirania, esse mal, esse desgoverno de esquerda comunista”. De acordo com ‘Matinal’, a estudante e filha de imigrantes libaneses, Muna El Kadri, registrou boletim de ocorrência sobre o seu discurso, reparando que incitaria o preconceito e a violência contra o povo árabe.