Com desemprego em massa, brasileiros não estão conseguindo pagar as contas básicas, como de água e luz, diz pesquisa do SPC Brasil. O índice de endividados subiu 7,6 % entre julho de 2017 e julho de 2018.
O aumento criminoso nas contas de luz contribuiu para esse elevado índice de inadimplência, onde nos último 12 meses a inflação sobre a energia elétrica subiu 18,02%, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cresceu 4,48%.
Entre janeiro e julho, a tarifa da energia elétrica das famílias subiu 13,79%, em média, enquanto a inflação medida pelo IPCA ficou em 2,94%. Ou seja, a tarifa aumentou quatro vezes mais e não teve nenhuma categoria que obteve um reajuste do salário nessa magnitude, no período
A decisão sobre qual conta deixar de pagar está ligado no percentual de juros cobrados nas diferentes faturas, sendo o das contas ligadas a instituições financeiras as com juros maiores que os da conta de água e luz, os trabalhadores estão dando prioridade para o pagamento de dívidas dessa ordem.
Ainda assim, mesmo com as pessoas dando alguma prioridade para o pagamento das dívidas financeiras, no mesmo período, as dívidas bancárias, como cheque especial, empréstimos pessoais e cartão de crédito, subiram 6,9%.
Para o gerente do Serasa Consumidor, Gireffe Contini, “o desemprego é a principal variável que eleva o total de inadimplentes no País.” A taxa de desemprego no segundo trimestre ficou em 12,4%, segundo o IBGE. Já a economista do Insper, Juliana Inhasz, diz que “a inadimplência acaba se tornando crônica pelos altos juros. Desta forma, as prestações atrasadas acabam explodindo de valor.”
“O jeito é manter algumas contas em dia, enquanto o orçamento está apertado.”, diz a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.