As buscas pelos dois fugitivos do Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, entraram no quarto dia. Rogério da Silva Mendonça (conhecido como Tatu) e Deibson Cabral Nascimento (o Deisinho) fizeram ligações para o Rio de Janeiro com os celulares que roubaram de uma família feita refém em uma casa a 3 quilômetros da unidade de segurança máxima.
Eles fugiram na madrugada de quarta-feira (14), na primeira fuga na história do sistema penitenciário federal desde a sua criação, em 2006. Os criminosos que são ligados à facção Comando Vermelho invadiram a casa de uma família na noite de sexta-feira e fizeram os moradores reféns por cerca de 4 horas.
A operação de recaptura é coordenada pela PPF (Polícia Penal Federal), com auxílio de outras forças de segurança estaduais e federais. Segundo os investigadores, a região mata é um dificultador na procura, embora haja helicópteros e drones realizando o controle aéreo. A polícia tenta rastrear os criminosos pelo sinal de celular.
MINISTRO VAI A MOSSORÓ
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, viaja à região na manhã deste domingo (17) para acompanhar as buscas. Ele irá acompanhado do diretor-geral em exercício da Polícia Federal, Gustavo Souza. O ministro vai se reunir com os chefes das equipes que estão à frente da operação.
Tatu e Deisinho são do Acre e foram transferidos para o Rio Grande do Norte em setembro de 2023. A polícia afirma que eles estão saindo da mata só à noite para procurar comida e água. Os investigadores acreditam que eles estejam perdidos, o que leva a crer que não havia planejamento, porque se houvesse teriam um apoio logístico externo, um veículo, uma casa de apoio ou uma rota de fuga, por exemplo.
Na 6ª feira (16.fev) a PF divulgou uma imagem que mostra um buraco perto da luminária de uma das celas onde ficavam os 2 presos. Eles foragidos teriam arrancado toda a estrutura onde ficava uma luminária elétrica para fugir. Ainda não há informações sobre como ela foi quebrada.
INQUÉRITOS
Segundo o MJSP, há duas investigações em curso. Uma delas, de caráter administrativo, liderada pelo Senappen, apura as responsabilidades da fuga e pode levar a um processo administrativo.
Outro inquérito no âmbito da Polícia Federal apura eventuais responsabilidades de natureza criminal das pessoas que, eventualmente, facilitaram a fuga dos 2 detentos da penitenciária.