Em entrevista para Rádio Gaúcha, Hamilton Mourão (Republicanos-RS) tentou justificar sua ausência no Estado dizendo que seria “desvio de função”
O ex-vice-presidente e senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou, nesta sexta-feira (24), em entrevista à Rádio Gaúcha, não ser sua “função” estar presente no Rio Grande do Sul e ajudar a população gaúcha afetada pela maior tragédia climática.
O parlamentar também tentou atribuir a ausência dele junto à população gaúcha à idade — ele tem 70 anos. A justificativa, no entanto, gerou fortes críticas nas redes digitais. “Se fingiu de morto”.
“Vamos lembrar sempre que eu sou um homem de 70 anos de idade, né?”, tergiversou.
E seguiu o bolsonarista Mourão: “Quantos homens de 70 anos de idade estão no meio da água aí? Vocês disserem, tem alguém da minha idade salvando gente, né? Mas eu não vejo isso como minha função. Eu estarei tendo um desvio de função. É a minha visão.”
“EXPLORAÇÃO POLÍTICA”
Na entrevista, Mourão também fez críticas aos voluntários que atualmente têm se empenhado em ajudar os gaúchos. Segundo o senador, até mesmo alguns parlamentares fazem “exploração política” da tragédia. Mais tergiversação.
“Eu vejo, muitas vezes, a presença de ‘ah, vou carregar um saco de ração, vou carregar uma doação’, isso acaba gerando uma visão de exploração política da tragédia das pessoas”, tergiversou Mourão.
CRITICADO NAS REDES DIGITAIS
Nas redes digitais, o senador Hamilton Mourão foi alvo de fortes críticas após a entrevista à Rádio Gaúcha.
Muitos lembraram que diversas outras personalidades, com a idade até mais avançada do que o bolsonarista, estão nas ruas para ajudar os gaúchos.
É o caso do ex-governador Olivio Dutra, de 82 anos, e do historiador e escritor Raul Pont, de 80, que foram lembrados pelo deputado estadual Miguel Rossetto (PT-RS).
“Ao senhor Mourão, dois exemplos do que homens de mais de 70 anos fazem durante a crise no RS. Raul Pont, 80 anos. Olivio Dutra, 82 anos. E ainda tem muitos outros que perderam tudo…”, escreveu Rosseto.
PESOS MORTOS
“De onde não se espera, daí é que não sai nada mesmo”, diz o ditado popular. Como vice-presidente, o atual senador nada fez além de ser “saco de pancadas” do ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL).
Durante o mandato de ex-presidente, Mourão se limitou a justificar as bizarrices de Bolsonaro. Ficava o tempo todo “passando pano” para os desmandos, que não foram poucos, do então chefe do Executivo. Além de ser permanentemente desconsiderado e destratado por Bolsonaro.
Outro senador gaúcho, que além de não ajudar, ainda, atrapalha, é Luiz Carlos Heinze (PP). Heinze é bolsonarista de primeira hora e negacionista da crise climática. Ele é produtor de arroz e apresentou três emendas ao PL do Licenciamento Ambiental, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados e, agora, está em discussão no Senado.
Heinze se destacou na CPI do Covid no Senado, que funcionou de 27 de abril a 26 de outubro de 2021, como negacionista da pandemia que ceifou, oficialmente, a vida de mais de 700 brasileiros.
DESMONTE DAS LEIS AMBIENTAIS
Segundo Maurício Guetta, consultor jurídico do Isa (Instituto Socioambiental), de todas as propostas que promovem o desmonte das leis ambientais, esta é a mais impactante, porque isenta a maioria dos empreendimentos de licença e de estudos de impacto. “As emendas do senador Heinze tornam o projeto ainda mais danoso”, diz.
Se o PL for aprovado, a grande maioria das atividades poluidoras e de impacto ambiental vão ficar sem qualquer controle do Estado, inclusive quanto ao desmatamento e às mudanças climáticas que podem provocar.
Uma das emendas de Heinze, por exemplo, visa dispensar a exigência do Cadastro Ambiental Rural na autorização de retirada de vegetação, no caso de empreendimentos de transporte e energia.
A supressão da mata está diretamente relacionada ao nível de destruição de enchentes, explica Suely Araújo, coordenadora do Observatório do Clima.
desgraçadamente, até quem não votou nesse inútil(mourão) está pagando o preço pela IDIOTICE de quem o elegeu. agora, carreguem esse peso morto , e aprendam a votar.