Ré foi detida na terceira fase da Operação Lesa Pátria, em 27 de janeiro de 2023, por causar tumultos no 8 de janeiro contra os prédios dos Três Poderes
O ministro e presidente da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, manteve Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, presa preventivamente, por participação dos ataques aos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
Conhecida como Fátima de Tubarão, a ré foi detida na terceira fase da Operação Lesa Pátria, em 27 de janeiro de 2023, 19 dias após os atos criminosos.
Ela ganhou fama depois de aparecer em vídeo, no dia dos atos golpistas, afirmando que estava “quebrando tudo e cagan… nessa b… aqui”. “Vamos pra guerra, vamos pra guerra. Vou pegar o Xandão agora”.
Esse baixo nível, é hoje marca registrada do bolsonarismo. Para além das aparentes loucuras, que caracterizam os apoiadores do ex-presidente, há, ainda, esse aspecto da falta de modos e educação, tosquices, bizarrices e escatologias, que se referem a excrementos — fezes, urina, muco, suor, etc.
RECURSOS NEGADOS
Nascida em Tubarão, no sul de Santa Catarina, Fátima foi presa na Penitenciária Sul de Criciúma (SC) após denúncia protocolada pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
A defesa apresentou recurso para retirá-la da cadeia sob alegação de problemas de saúde, porém, a decisão foi mantida em 3 de abril, 10 de outubro, 15 de dezembro de 2023, e em 3 de abril de 2024.
Moraes, relator do caso, rejeitou o pedido novamente da defesa na última quinta-feira (27).
Para ele, há indícios significativos de que Maria participou do ataque aos Três Poderes em Brasília. O magistrado afirma que a restrição da liberdade foi medida necessária para interromper a atividade criminosa e os advogados não apresentaram justificativa que anule a deliberação.
“PERICULOSIDADE SOCIAL”
“Verifico que a defesa não trouxe argumentos aptos a afastarem os fundamentos da decisão que decretou a prisão preventiva da ré, que se mantém íntegros na atualidade, não se comprovando nos autos excepcionalidade alguma que justifique sua revisão”, escreveu o relator.
Moraes ressalta, ainda, que Maria de Fátima gerou influência em outros envolvidos no ato.
De acordo com o ministro, somados aos crimes pela qual a acusada responde, há também a “periculosidade social”, o que não deixa dúvida na decisão de manter a prisão preventiva.
CONDENADA POR TRÁFICO DE DROGAS
Fátima Tubarão tem antecedentes criminais graves. Ela já foi condenada por tráfico de drogas com envolvimento de menor de idade em 2014, segundo informou o portal UOL.
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina, Fátima vigiava casa para atuação de traficantes. Ela foi presa em flagrante após policiais verem a idosa sair de casa às 3h30 para varrer a calçada, falando em voz alta “vem pra cá que não tem ninguém”, “pode vir pra cá”.
Depois disso, um usuário se aproximou e perguntou “tem?” para Fátima, ao que ela respondeu: “Tem”. Em seguida, um adolescente saiu da garagem de Fátima e deu pedras de crack ao homem; os policiais agiram em seguida.
M. V.
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