Acionada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) iniciou um processo de fiscalização contra a Light, distribuidora de energia privada, para investigar a causa dos constantes apagões na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Além da fiscalização específica, a Aneel monitora as ações que estão sendo realizadas pela Light para melhorar a qualidade do fornecimento na região. Na semana passada, os fiscais da agência visitaram por duas ocasiões a área atendida pela distribuidora.
“Ultimato à Light! Junto com o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, firmamos um conjunto de compromissos com a Light para que eles tenham um plano de contingência com garantia de geradores, equipes 24h e garantam o abastecimento até que as obras das novas linhas de transmissão sejam concluídas, em novembro”, afirmou Paes. As declarações foram feitas no sábado (27), durante visita às instalações da empresa, ao lado do ministro, e publicadas em rede social.
“Caso a Light venha novamente descumprir o acordado e se repita o desrespeito que vem ocorrendo com a população da Ilha, a sua concessão pública poderá ser suspensa”, alertou o prefeito. “A presença do ministro marca um ponto de virada na relação da Light com a cidade, mais especificamente com a Ilha do Governador. O que vem acontecendo aqui é um verdadeiro absurdo. Nesta semana o ar-condicionado do Aeroporto do Galeão estava desligado pelo desleixo da Light com a Ilha”, continuou Paes.
Por sua vez, o ministro reiterou o compromisso de seguir cobrando das distribuidoras eficiência na entrega do serviço. “O prefeito já nos contatou diversas vezes, em especial com o agravamento dos problemas nos últimos dias. No domingo passado já tínhamos montado um grupo de trabalho. Desde o início dos problemas, nós trabalhamos diretamente com a Light. A concessionária assumiu compromissos para que eles sejam cumpridos no prazo mais rápido possível”, disse Alexandre Silveira.
“Vamos cobrar que as distribuidoras cheguem com energia e garantam dignidade às pessoas. Espero que hoje seja realmente um ponto de virada e que o setor privado entenda bem as regras que estão colocadas”, advertiu o ministro.
Neste mês, a Light foi multada em R$ 13,6 milhões pelo Procon carioca em razão de apagões que deixaram moradores da Ilha um dia inteiro sem energia e prejudicaram as atividades do Aeroporto Internacional do Galeão. O problema se arrasta desde o ano passado. Além desse processo, existem mais dois procedimentos em curso, devido aos apagões ocorridos na região, pelos quais a empresa também pode ser multada.
A Procuradoria do Município do Rio de Janeiro ajuizou no dia 22 de julho, uma Ação Civil Pública (ACP) contra a Light. O órgão solicita o restabelecimento da energia elétrica nas residências, nas ruas, nos semáforos e nos equipamentos de saúde e educação da localidade, sob pena de multa diária de até R$ 200 mil. E pede também o pagamento de R$ 10 milhões por conta de danos morais coletivos causados pela empresa. A distribuidora está em recuperação judicial.
Confrontada, a Light citou as intervenções que já estão acontecendo nas Ilhas do Governador e Paquetá. A concessionária informou que vai manter os geradores da subestação funcionando até a conclusão das obras em novembro. E pretende construir dois alimentadores novos de transmissão, suprindo a Ilha do Governador. Diz ainda que vai fazer um terceiro na continuidade da obra.
A Light se comprometeu a ter equipes mobilizadas para agilizar manobras no caso de interrupção do fornecimento de energia e alega que aumentou a capacidade de distribuição na área atingida para evitar outras quedas no fornecimento.
Pela internet, a população elogiou o empenho do chefe do Executivo carioca. “Melhor prefeito do Brasil”, disse um internauta; “A melhor gestão da história do Rio!!!”, analisou outro; “Parabéns prefeito pela defesa dos interesses dos cariocas”, saudou outro internauta; “Prefeito, perto da Avenida das Américas, na parte do Recreio, a luz caiu mais de 10 vezes de quinta pra sexta, mesmo sem nenhuma chuva. A Light precisa ser responsabilizada caso queime eletrodomésticos dos clientes”, denunciou outro cliente. “O certo é tomar de novo para o poder público”, defendeu outro usuário da web.
