“Nossa visita representa o sonho de que as vossas memórias jamais serão esquecidas e a vossa luta permanecerá constante no coração de todos nós brasileiros”, disse João Goulart Filho, ao homenagear Getúlio Vargas e seu pai, João Goulart
O candidato a presidente, João Goulart Filho, do Partido Pátria Livre (PPL), esteve em visita nesta quinta-feira (04), em São Borja, no Rio Grande do Sul, terra que presenteou o Brasil com grandes homens como o seu pai, o ex-presidente Jango, e o líder maior do trabalhismo brasileiro, Getúlio Vargas. São Borja também foi a cidade adotada pelo ex-governador Leonel Brizola. Janguinho, como ficou conhecido no Sul, quando foi deputado, visitou o memorial, onde prestou sua homenagem a Getúlio Vargas, e discursou, emocionado, diante de seu pai, João Goulart, o “Jango dos trabalhadores”.
“Quero dizer, meu pai, que essa nossa visita representa não somente uma homenagem, mas representa o teu sonho, o sonho do tio Leonel, representa o sonho de Getúlio Vargas”, disse o candidato, que correu todo o Brasil levando as propostas de um Brasil livre, democrático e soberano, como queriam os homenageados de hoje. Goulart Filho mostrou ao Brasil em sua campanha que o nacional desenvolvimentismo, de Getúlio, Jango e Brizola, é o caminho seguro para a superação da dependência e para a conquista de um Brasil mais justo, mais igualitário e mais brasileiro.
O candidato do PPL, que fez questão de encerrar sua vibrante jornada eleitoral junto dessas personalidades admiráveis e que tanto representam para a nossa história, afirmou que se dirigia a eles “com palavras de fé e de esperança”. “Como eu já disse, essa nossa visita representa o sonho de que as vossas memórias jamais serão esquecidas e a vossa luta permanecerá constante no coração de todos nós brasileiros que aqui estamos”, afirmou o presidenciável.
João Goulart Filho garantiu aos presentes, mas também aos heróis da Pátria, que “esse final da nossa caminhada representa apenas o início de outra”. “Isso é verdade”, disse ele, “pois nós ainda sonhamos com o caminho que vocês abriram, de uma Pátria soberana, de uma Pátria equitativa, de uma Pátria justa e, principalmente, de uma Pátria livre”. “Obrigado meu pai pelo caminho, obrigado por todos os seus ensinamentos, que nos farão crescer e jamais abandonar a luta pelo Brasil”, disse Goulart Filho.
O presidenciável percorreu as ruas da cidade e cumprimentou muitos eleitores. Em entrevista às emissoras de TV, durante sua estada em São Borja, João Goulart disse que está feliz por ter feito “o que nos foi permitido fazer”. “Nós tivemos dificuldade de levar a nossa palavra ao povo brasileiro. Não tínhamos aquelas malinhas com quinhentos mil reais correndo pelas ruas de São Paulo, não tivemos acesso ao fundo eleitoral de 1,7 bilhão de reais que foi criado com recursos públicos. Fundo este em que, apenas 2% era dividido por todos os trinta e cinco partidos, incluindo os que já ficavam com os outros 98% dos recursos”, denunciou. “Alguns partidos receberam 198 milhões, 240 milhões e até 270 milhões de reais”, acrescentou.
“Por outro lado, disse ele, “tivemos muito orgulho de termos levado a história e a bandeira do nacional desenvolvimentismo como a única proposta de desenvolvimento econômico para o Brasil”. “O nacional desenvolvimentismo prega a distribuição da renda via o salário mínimo. Não existe outra maneira de nós distribuirmos renda no nosso país. Se você distribui a renda entre poucas pessoas, ela vai para o exterior, vai para fora do país, como nós estamos vendo, sessenta mil brasileiros detendo dois trilhões de reais legalmente em bancos estrangeiros. Então, para distribuir a renda nós temos que fazê-lo através do salário mínimo”, destacou João Goulart.
“Essa é a proposta do nosso partido. A proposta de resgate do mercado interno, como pretendia o governo João Goulart em 1964, quando foi derrubado por um golpe militar”, disse Goulart. Ele salientou que a ampliação do mercado interno viria, “através das reformas de base, que eram a reforma agrária, a reforma tributária, a reforma urbana, a reforma educacional, a lei de remesse de lucros e a proteção de nossas empresas estratégicas. Ou seja devolver as riquezas a quem elas pertencem, que é o povo brasileiro, e não ao sistema financeiro e àqueles que são uma parte especulativa de nossa nação”.
SÉRGIO CRUZ