O MPT (Ministério Público do Trabalho) divulgou uma “lista suja” do trabalho análogo à escravidão de grandes empresas e marcas, entre elas a fabricante de Coca-Cola, a Spal Indústria Brasileira de Bebidas, que integra o grupo Femsa, e mantinha seus funcionários sobre regime de trabalho exaustivo.
O grupo femsa, fundado no México e presente em 11 países, é considerado o maior engarrafador de Coca-Cola do mundo. No Brasil, são 10 unidades para engarrafamento e 43 centros de distribuição.
Os caminhoneiros e ajudantes de entrega da Coca-Cola realizavam, em média, 80 horas extras por mês. Situações extremas chegavam a 140 horas extras por mês. Além de dias inteiros de trabalho ininterrupto na mesma semana em que o funcionário já acumulava o cansaço por fazer jornadas de 12 e 14 horas.
As jornadas eram tão exaustivas que muitas vezes terminavam em afastamento do empregado por atestados médicos.
Um dos motoristas relatou que após encerrar o trabalho às 0h30 chegou em casa 2h com a obrigação de retornar ao trabalho às 6h30. Ele contou aos auditores do MPT que tomou banho, jantou e ficou vendo televisão. “Se dormisse não conseguiria levantar no horário de trabalho”, informou em seu depoimento aos fiscais. “Sabia que, se não fosse trabalhar, receberia advertência no outro dia”, disse à fiscalização.