“Claro, os EUA são um ator essencial. Não só a maior economia, também um dos maiores emissores”, disse o embaixador, em relação à decisão anunciada por Trump de mandar o assunto de poluição às favas
O embaixador André Corrêa do Lago foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que se realiza em novembro na cidade de Belém, no estado do Pará. Logo na primeira entrevista após a escolha para o cargo, ele criticou a decisão do governo americano de enfraquecer a luta contra o aquecimento global.
“Claro, os EUA são um ator essencial. Não só a maior economia, também um dos maiores emissores”, disse o embaixador. “Estamos todos ainda analisando as decisões do presidente Trump. Mas não há a menor dúvida de que terá um impacto significativo na preparação da COP, e na maneira como vamos lidar com o fato de que um país importante está lidando com esse processo”, acrescentou.
O nome do embaixador foi confirmado nesta terça-feira, 21 de janeiro, após reunião no Palácio do Planalto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente), Sidônio Palmeira (Secom), Maria Laura da Rocha (substituta do Ministério das Relações Exteriores), além de Miriam Belchior (secretária-executiva da Casa Civil) e Celso Amorim (Assessoria Especial do Presidente da República).
“É uma honra imensa e acredito que o Brasil pode ter papel incrível nessa COP. Agradeço também o resto do governo, porque a COP a gente vai ter que construir todos juntos. Além do governo, com a sociedade civil, o empresariado, todos os atores que são essenciais na primeira formação do que o Brasil quer desta COP. Vamos juntos conseguir fazer uma COP que será lembrada com entusiasmo”, afirmou Corrêa do Lago.
André Corrêa do Lago é bacharel em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1981) e entrou na carreira diplomática em 1982. Exerceu funções nas áreas de organismos internacionais, promoção comercial, cerimonial e energia. Serviu nas embaixadas em Madri, Praga, Washington e Buenos Aires e na Missão junto à União Europeia, em Bruxelas.
O presidente da COP 30 trabalha com temas de desenvolvimento sustentável desde 2001. Foi diretor do Departamento de Energia (2008-2011) e do Departamento de Meio Ambiente (2011-2013) no Ministério das Relações Exteriores, período em que foi negociador-chefe do Brasil para mudança do clima (2011-2013) e para a Rio+20 (2011-2012). Foi embaixador no Japão (2013-2018), na Índia (2018-2023) e, cumulativamente, no Butão (2019-2023). Desde março de 2023, é secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.