
Em fevereiro de 2025, o preço do café em pó subiu em todas as cidades pesquisadas. O tomate e a carne bovina foram os outros itens que pesaram na cesta, com aumento disseminado na maioria das capitais
Em fevereiro, o preço da cesta básica voltou a registrar aumento na maior parte do país. De acordo com a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada nesta segunda-feira (10), o conjunto de alimentos que compõe a cesta subiu em 14 das 17 capitais analisadas, com destaque para o crescimento médio de 4,44% nos preços da capital pernambucana Recife. Outros destaques foram João Pessoa (2,55%), Natal (2,28%) e Brasília (2,15%).
Apenas três capitais apresentaram queda no custo da cesta: Goiânia (-2,32%), Florianópolis (-0,13%) e Porto Alegre (-0,12%).
Em São Paulo, capital que figura com a cesta mais cara do país – custando em fevereiro R$ 860,53 – a alta de preços no mês passado foi de 1,02%. No ranking de preços, em seguida vem o Rio de Janeiro (R$ 814,90, com alta de 1,50% em fevereiro) e por Florianópolis (R$ 807,71, onde houve queda mensal de 0,13%).
Dentre os itens da cesta, foi o café que pressionou os preços em todas as capitais pesquisadas, com aumentos que variaram entre 6,66% em São Paulo e 23,81% em Florianópolis.
Em 12 meses, todas as 17 capitais também apresentaram aumento de preços do café, com destaque para Goiânia (113,98%) e Brasília (112,81%). Segundo o Dieese, baixos estoques internos e “aumento da demanda internacional” contextualizam o aumento. Embora atribuam o preço do café a uma produção que não consegue abastecer a crescente demanda interna, a ausência de uma política de estoques reguladores e a “dolarização” do café, que estimula os produtores a exportarem nossos grãos, estão na raiz do problema.
Com os preços já em disparada, em janeiro o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que a inflação anualizada do café moído foi de 50,4%.
O tomate e a carne bovina foram os outros itens que pesaram na cesta, com aumento disseminado na maioria das capitais.
“Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em fevereiro de 2025, 51,46% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos”, completa o Dieese em nota. Em janeiro, o percentual de comprometimento do salário-mínimo com a cesta básica era de 50,90%.
Levando em consideração a determinação constitucional de que o salário-mínimo deve ter suficiente para suprir todas as despesas básicas de um trabalhador e sua família, o Dieese estima que o piso – atualmente em R$ 1.518,00 – deveria ser de R$ 7.229,32 em fevereiro de 2025, ou 4,76 vezes o salário atual.