
Sob efeito dos juros altos do BC, em janeiro ficou estagnada: 0,0%
A produção industrial nacional segue sem crescer pelo quarto mês seguido, ao marcar variação nula (0,0%) em janeiro deste ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Frente a janeiro de 2024, a produção industrial subiu 1,4%.
Na média móvel trimestral, a produção industrial caiu -0,3% no trimestre encerrado em janeiro em comparação com o trimestre findo em dezembro de 2024 (-0,4%).
A última vez que a indústria apresentou números positivos em sua produção foi em setembro de 2024. Depois que o Banco Central retomou o ciclo de aumento dos juros base (Selic) no mesmo mês, a produção indústria declinou, marcando três meses consecutivos de taxas negativas (Out. -0,2%, Nov. – 0,7% e Dez. – 0,3%), período em que acumulou perda de 1,2%.
A indústria de transformação cresceu 1% em janeiro frente a dezembro de 2024, quando recuou -1,1%. Em novembro de 2024, este ramo também caiu (-1,1%,) após ficar estagnada (0,0%) em outubro do mesmo ano.
Já a indústria extrativa teve um recuo de -2,4% em janeiro de 2025, após alta de 0,4% em dezembro, exercendo o principal impacto sobre o índice geral da indústria em janeiro.
Entre as categorias industriais analisadas, bens intermediários apresentou um recuo em sua produção de 1,4% na passagem de dezembro para janeiro de 2025. Ante a janeiro de 2024, a alta é de 0,3%. Esse segmento representa cerca de 55% da indústria.
Bens de capital (4,5%) e bens de consumo duráveis (4,4%) foram as categorias com os melhores resultados em janeiro, altas que vêm após dois meses consecutivos de queda na produção, período em que acumularam perdas de 4,1% e 4,3%, respectivamente.
Bens de consumo semi e não duráveis (3,1%) também assinalou crescimento nesse mês, após acumular queda de 5,5% nos três últimos meses de 2024.
Na média móvel trimestral, a categoria bens de capital variou apenas 0,1% no trimestre encerrado em janeiro em comparação ao nível do trimestre encerrado em dezembro de 2024 (-0,9%).
Bens intermediários e bens de consumo semi e não duráveis assinalaram ambas as quedas de -0,5%, na mesma base de comparação, com a segunda marcando o quinto mês seguido de queda, período em que acumulou uma redução de -4,3%.
Por sua vez, bens de consumo duráveis teve variação nula (0,0%) nesta média móvel trimestral encerrada em janeiro, após registrar 0,1% em dezembro, -0,2% em novembro e 0,0% em outubro de 2024.
Em janeiro deste ano, ainda, 18 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram avanço na produção, com destaque para máquinas e equipamentos (6,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (3,0%). Do lado negativo ficaram coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,1%), de celulose, papel e produtos de papel (-3,2%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%).
Entre setembro de 2024 e janeiro deste ano, o Banco Central elevou a Selic de 10,5% para 13,25% ao ano. O Comitê de Política Monetária (COPOM) irá se reunir na próxima semana, nos dias 18 e 19, com os bancos pressionando o colegiado a realizar mais um aumento na Selic, elevando a taxa nominal de juros para 15% ao ano em 2025, o maior nível em 19 anos.