
No encontro de China, Rússia e Irã em Pequim, o rerpesentante iraniano reiterou os “fins pacíficos” de seu programa nuclear e sua disposição de retomar o diálogo para que seja revalidado o acordo nuclear que Trump, em seu mandato anterior, rasgou
China, Rússia e Irã exigem dos Estados Unidos o fim das “sanções ilegais e unilaterais” contra Teerã a pretexto de seu programa de enriquecimento de urânio.
“A China, a Rússia e o Irã realizaram intercâmbios aprofundados sobre a questão nuclear. Os três países enfatizaram a necessidade de suspender todas as sanções unilaterais ilegais”, declarou o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, , após conversações tripartites em Pequim nesta sexta-feira (14).
Ma Zhaoxu, junto com os homólogos russo, Sergey Ryabkov, e iraniano, Kazoo Gharibabadi, afirmaram que “o diálogo baseado no respeito mútuo” é a “única solução viável” e que “as sanções, pressões e ameaças” devem ser “abandonadas”.
“Enfatizamos a importância da Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU e seu prazo [que consagrou o acordo nuclear de 2015 com Teerã], e conclamamos as partes envolvidas a evitar ações que agravem a situação e a criar conjuntamente uma atmosfera e condições favoráveis para os esforços diplomáticos”, afirmou Ma Zhaoxu na coletiva de imprensa conjunta com seus colegas.
As conversações tiveram lugar depois de Trump ter escrito uma carta ao líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, numa tentativa de limitar o rápido avanço do programa nuclear de Teerã, logo depois de, no seu costumeiro estilo de bandoleiro do faroeste, ameaçar: “prefiro as negociações a ter que bombardear o Irã”. Aliás, foi o próprio Trump, em seu mandato anterior, que rasgou o tratado nuclear internacional com os irranianos.
IRÃ COOPERA COM A AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA
Os líderes ecoaram a alegação iraniana de que o programa nuclear do país é exclusivamente para fins pacíficos e afirmaram que o direito de Teerã ao uso pacífico da energia nuclear deve ser “totalmente” respeitado.
Também elogiaram “o compromisso do Irã de cumprir plenamente as obrigações do Tratado” e manifestaram apoio à “política de cooperação de Teerã com a Agência Internacional da Energia Atômica [AIEA]”.
“Sublinhamos a necessidade de respeitar plenamente o direito do Irã à utilização pacífica da energia nuclear enquanto Estado parte no Tratado”, salientaram.
As três partes afirmaram que “nenhum país deve tomar qualquer medida que possa prejudicar o desempenho profissional, objetivo e imparcial da AIEA no exercício das suas funções” e concordaram em “continuar a manter a comunicação” sobre a questão nuclear iraniana.
EUA IMPUSERAM SANÇÕES CONTRA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO
Também hoje, o Irã condenou as novas sanções dos Estados Unidos contra a sua indústria petrolífera, afirmando que “são a prova da desonestidade de Washington”, que insiste em negociar, mas continua a seguir uma política de “pressão máxima” contra Teerã.
Os EUA impuseram na quinta-feira (13) novas sanções contra o ministro do Petróleo iraniano, Mohsen Paknejad, objetando arrogantemente com a venda de petróleo iraniano à China. As sanções imperiais visam também atingir navios envolvidos em transferências de petróleo além-fronteiras iranianas.