
São 31,4% das companhias existentes no país, sendo 6,6 milhões micro e pequenas empresas, segundo Serasa
A inadimplência tem apresentado alta em meses consecutivos, reforçando a fragilidade financeira das empresas frente aos juros elevados, acesso ao crédito e demanda reprimida. Segundo a Serasa Experian, com base em dados de janeiro deste ano, divulgados no mês passado, o número de companhias inadimplentes chegou a 7,1 milhões, a maior quantidade já registrada desde o início da série histórica da pesquisa. Esse total representa 31,4% das empresas existentes no país.
AUMENTO DOS JUROS
“Esse aumento na inadimplência pode ser atribuído ao aumento das taxas de juros. Com a elevação dos juros, o custo do crédito para as empresas também sobe, tornando o financiamento mais caro e difícil de obter. Isso impacta diretamente a capacidade das companhias de gerenciar seu fluxo de caixa e cumprir suas obrigações financeiras”, avaliou a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack.
“Além disso, o aumento dos juros pode diminuir a demanda por produtos e serviços, já que consumidores e outras empresas também enfrentam custos de crédito mais altos, resultando em menor receita para as empresas. Esse cenário cria um ciclo vicioso, onde a dificuldade de acesso a crédito e a redução de receitas levam a um aumento na inadimplência, afetando negativamente a saúde financeira das companhias”, completou Camila Abdelmalack.
Dos 7,1 milhões de empresas negativadas, 6,6 milhões são micro ou empresas de pequeno porte (EPPs). No total da EPPs, no mês de janeiro analisado, somaram 45,8 milhões de dívidas, cujo valor total foi de R$ 133,9 bilhões, ou seja, 86% do total de R$ 154,9 bilhões do valor das dívidas somadas.
O valor das dívidas somadas chegou a R$ 154,9 bilhões, um aumento de R$ 4,3 bilhões em relação a dezembro de 2024. Em média, cada CNPJ teve cerca de 7,2 contas negativadas no período.
Sob a ótica daqueles que não receberam suas faturas, a empresa produziu o bem, comercializou o produto, gerou a prestação de serviços, assumiu os custos da operação e sem receber parte do que foi comercializado tem que cumprir com os seus compromissos. Diminui o lucro, pode até comprometê-lo e fica olhando para frente na dúvida do que pode vir adiante.
A maior parte das empresas negativadas é do setor de serviços, com 52,4% do total. O setor de comércio vem a seguir com 35,3% e a indústria vem com 8% das empresas inadimplentes. Considerando a inadimplência pelos estados da federação temos que Alagoas com 41,1%, Distrito Federal com 39,9% e Pará com 39,3% foram os que registraram os maiores índices do evento.
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