Na véspera da Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, neste sábado (5), com o primeiro-ministro da República Popular da China, Li Qiang. O encontro ocorreu dois meses após a visita de Estado do presidente Lula a Pequim, onde foram assinados mais de 30 acordos vinculados à Ciência, Tecnologia e Inovação.
Tanto o presidente Lula quanto Li Qiang, destacaram o excelente momento das relações bilaterais e passaram em revista a implementação das sinergias entre os projetos nacionais de desenvolvimento.
Entre as pautas, tiveram destaque a intensificação de projetos bilaterais na área de ciência e tecnologia, inteligência artificial, semicondutores e energias renováveis, além do maior estreitamento da cooperação entre estaleiros chineses e brasileiros.
Em suas redes sociais, a ministra de Ciências, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou o importante acordo para desenvolvimento do primeiro satélite brasileiro geoestacionário geoestacionário: o CBERS-5.
“É um salto histórico! Vamos entrar em um grupo seleto de menos de 10 países com domínio dessa tecnologia […] O CBERS-5 é um marco. A ciência segue firme a serviço do desenvolvimento e colocando o Brasil em outro patamar”, disse a ministra que participou do encontro.
A ministra explicou que os satélites geoestacionários são aqueles que ficam “parados” sobre o mesmo ponto da Terra, orbitando na mesma velocidade do planeta. São ideais para monitoramento constante do tempo, clima e meio ambiente.
“Com o CBERS-5, o Brasil terá soberania sobre dados meteorológicos e ambientais. Vamos melhorar a previsão do tempo, identificar riscos com mais antecedência e proteger vidas e recursos”, disse.
“Em tempos de mudanças climáticas, isso significa estar mais preparado para enfrentar secas, enchentes e tempestades. Também ajudará no agronegócio, na energia e no planejamento urbano, reforçando o ótimo trabalho de monitoramento que nosso INPE já realiza”, completou.
MULTILATERALISMO
No encontro, Lula e Li Qiang reafirmaram, ainda, o compromisso com o multilateralismo e com a paz. Concordaram a respeito do papel do BRICS na defesa dos regimes multilaterais de comércio e de clima.
As nações reiteraram a necessidade de aumentar a ambição climática em preparação para a COP-30 em Belém. Nesse contexto, o Brasil solicitou apoio da China para o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) na COP 30, com a finalidade de remunerar os serviços ecossistêmicos prestados por esse bioma.
