
O ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, assinou um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). O documento, assinado no início do mês, foi enviado para homologação no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver autoridades com foro privilegiado.
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, deve decidir se homologa ou não o acordo depois do recesso do Judiciário, em fevereiro.
Nos depoimentos prestados, o empreiteiro afirma que pagou propina a Lula e outros 15 políticos de partidos como MDB, PSDB, DEM e PP. Ele também reitera o que já disse em depoimentos em Curitiba, de que Lula é o real proprietário do sítio de Atibaia e dá detalhes sobre o caso do triplex do Guarujá.
Em novembro do ano passado, Léo Pinheiro prestou depoimento à juíza Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro na condução dos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, sobre a ação penal que envolve a realização de obras pela empreiteira no sítio de Atibaia, no interior de São Paulo. O ex-presidente da OAS também é acusado nesta ação do sítio.
O executivo declarou que Lula, preso e condenado em outro processo no âmbito da Lava Jato, sobre o caso do triplex do Guarujá, comportava-se como proprietário do imóvel rural e como real beneficiário das obras.
Segundo Léo Pinheiro, foi Lula quem o chamou para conversar sobre as obras do sítio, mas nunca ele demonstrou preocupação em saber detalhes dos valores empenhados. Ele estima que a empreiteira desembolsou entre R$ 350 mil e R$ 450 mil nas obras de melhorias da área – apenas a cozinha ficou em R$ 170 mil.
O empreiteiro também foi peça chave na condenação de Lula no caso do triplex de Guarujá (SP). Ele declarou em depoimento que o apartamento era do presidente Lula.
De acordo com o executivo, desde que os empreendimentos da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) foram repassados à OAS foi dito a ele que a cobertura na praia das Astúrias, no Guarujá, era de Lula e de sua família. Léo Pinheiro afirmou que recebeu orientações expressas de que não comercializasse a unidade e tratasse aquilo como uma coisa de “propriedade do presidente”.
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