
A primeira reunião convocada pelo governo para discutir a reforma da Previdência não empolgou os partidos governistas e foi um fiasco.
A reunião foi convocada para a terça-feira (5), mas apareceram apenas partidos como o Novo, PSC, DC, PTC, Patriota, SD, que somam pouco mais 40 deputados e alguns líderes não necessariamente compareceram porque estejam comprometidos com a reforma.
O PSL foi representado por um vice-líder e o líder do PR, José Rocha, que lidera uma bancada de 33 deputados saiu mais cedo da reunião.
O incômodo dos parlamentares por mexer na Previdência aumenta a confusão e a desorganização dos governistas. Temer tentou fazer a reforma e não conseguiu diante da resistência tanto no Congresso como fora dele.
O apoio ao desmonte da Previdência foi um caso de suicídio político que custou caro a alguns parlamentares. Entre outros motivos, não por acaso a Câmara teve a maior renovação em mais de 30 anos – 48%. Dos 513 deputados eleitos, 244 vão ocupar as cadeiras pela primeira vez.
No Senado, dos 54 eleitos em outubro, 46 senadores são novatos.
Mexer na Previdência e nos direitos dos idosos nunca trouxe bons resultados para os parlamentares.
Como admitiu o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ): “A grande questão da Previdência não é como ela chega na Câmara, mas como ela é interpretada por alguns segmentos da sociedade que não querem nenhum tipo de mudança. O grande problema é o assunto chegar contaminado”.
Um líder de um dos partidos da base governista criticou a desorganização do Planalto, com vazamento de propostas, depois a negativa do governo, a falta de informação sobre pontos básicos, como idade mínima, a participação ou não de militares. Segundo ele, isso deixa os deputados muito incomodados.
“Está muito sem coordenação. Tem que sentar para conversar, e não é o líder do governo. O governo tem que conversar”, enfatizou o líder que não quis se identificar, desaconselhando o governo a “ir negociar direto no Congresso”.
Outras lideranças também manifestaram insatisfação com o governo.
“Não é uma rebelião, até porque nos declaramos independentes, mas há uma insatisfação clara. Há uma falta de traquejo político”, disse uma liderança partidária.