
O senador Fernando Collor (Pros/AL) prestou depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (13), em ação penal da Operação Lava Jato na qual é réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Collor é denunciado por receber mais de R$ 30 milhões em propina por negócios da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás na venda de combustíveis. A Procuradoria-Geral da República acusa o grupo do senador, que tinha indicado dois diretores da estatal na gestão de Dilma Rousseff (PT), de ter recebido, entre 2010 e 2014, os valores para viabilizar contratos com postos de combustíveis e empreiteiras.
Os pagamentos foram repassados pelo doleiro Alberto Youssef, seu auxiliar Rafael Ângulo e pelo dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa.
A denúncia afirma que parte do dinheiro foi lavada na compra de imóveis e obras de arte, além de carros de luxo. Entre os veículos estão um Lamborghini, avaliado em R$ 3,2 milhões, uma Ferrari (R$ 1,4 milhão), um Bentley e duas Land Rover. Em julho de 2015, os carros chegaram a ser apreendidos na mansão do senador em Brasília.
A Segunda Turma do STF aceitou a denúncia, por unanimidade, em agosto de 2017. O relator do processo, ministro Edson Fachin, designou um dos juízes substitutos da Corte para tomar o depoimento. A audiência ocorreu a portas fechadas.
A defesa do senador tentou adiar a oitiva, alegando que teria o “intuito de conhecer detidamente” o processo. De acordo com os advogados, Collor não estaria “genuinamente apto” a rebater as acusações. O ministro Fachin rejeitou o pedido.
A ação já passou pela fase de coleta de provas e depoimentos de testemunhas de defesa e acusação. Agora, os réus serão interrogados.
Aliado do PT nos governos Lula e Dilma, Collor integra atualmente o “Bloco Parlamentar da Resistência Democrática” no Senado, com 6 senadores petistas e 3 do Pros. Em 2014 o PT de Alagoas apoiou Collor para o Senado.
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