
O senador Weverton (PDT/MA) advertiu que o Senado precisa ter sabedoria e responsabilidade ao analisar a proposta de reforma da Previdência do governo, pedindo atenção especial dos parlamentares ao que chamou de “pegadinhas” no texto que, se não forem contestadas, prejudicarão especialmente as mulheres.
“Nesse debate que ora se inicia, não me venham dizer que, porque os grandes meios de comunicação disseram, se eu não aprovar agora, o Brasil vai acabar”, disse.
“Não me venham com essa, porque quem está quebrando este Brasil são esses especuladores; quem está quebrando o Brasil é o sistema em que nós estamos vivendo, que é um sistema horrível dos poucos que estão ganhando muito e dos muitos que estão ganhando pouco”, afirmou, durante pronunciamento na terça-feira (19).
O parlamentar previu dificuldades na tramitação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) e declarou-se contrário a uma reforma que atinja os direitos dos mais pobres.
Para o senador, a discussão sobre a reforma tem sido manipulada pelos interesses do sistema financeiro e da grande mídia, que buscam “vilões” para a crise financeira e querem dar fim à Previdência
O senador destacou que, enquanto empresas estão quebrando, comércio fechando as portas, os bancos seguem “com esse lucro exorbitante”. “O Itaú teve bilhões, bilhões, senhoras e senhores, de lucro; o Bradesco, Deus me livre! Aí você pega os outros bancos e vê que todos estão ganhando bilhões de reais! E a culpa é do trabalhador, que está quebrando a previdência?”, questionou.
“Nós não vamos aqui trabalhar para dar tudo errado, até porque nós temos uma responsabilidade enorme que é ver o Brasil sair desse atoleiro, principalmente com a questão da volta da geração do emprego. Agora, não podemos simplesmente, a pretexto de dizer que se tem de resolver o problema, aprovar qualquer texto e qualquer política que chegar aqui a esta Casa”, frisou.
Em aparte, a senadora Eliziane Gama (PPS/MA) concordou que a emenda do governo tem causado grande preocupação em todo o país. “A gente precisa entender que o peso não tem de ser sobre aqueles que menos têm, sobre aqueles que menos podem, sobre aqueles mais desprotegidos”, disse.
“O esforço tem que ser conjunto e passa por aqui, pelo Congresso Nacional, pela tributação das grandes empresas no Brasil… A gente sabe, nós acompanhamos uma votação ali na Câmara, recentemente, do perdão fiscal de quase R$ 1 trilhão em relação às petrolíferas, ou seja, há um perdão, digamos assim, para os grandões e para os pequenos há um crivo muito acentuado”, opinou a senadora.