O número de brasileiros desempregados e subempregados, que vive de “bico”, trabalho “informal”, irregulares e/ou esporádicos, bateu novo recorde em abril. Segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (31), já são 28,4 milhões de pessoas nestas condições.
De acordo com o IBGE, a taxa composta de subutilização da força de trabalho aumentou de 24,2% no trimestre móvel de novembro a janeiro para 24,9% no trimestre encerrado em abril. Este é o maior resultado já registrado na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012.
A população subutilizada cresceu em ambas as comparações: “3,9% (mais 1.063 mil pessoas) frente ao trimestre anterior (27,3 milhões de pessoas) e 3,7% (mais 1.001 mil pessoas) no confronto com igual trimestre de 2018 (27,4 milhões de pessoas)”, aponta o IBGE.
O índice de subutilização é composto por pessoas que estão procurando emprego, trabalhadores subocupados (que trabalham menos horas do que gostariam) e desalentados, aqueles que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar emprego. São 4,9 milhões de brasileiros no desalento, um aumento em relação ao mesmo período do ano passado quando o IBGE registrou 4,7 milhões de pessoas.
Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a taxa de desempregados voltou a subir de 12% para 12,5% na passagem do trimestre fechado em janeiro para o encerrado em abril, com mais 552 mil pessoas desempregadas.
Em relação ao mesmo trimestre móvel do ano passado, apesar do leve recuo de 0,4% na taxa de desemprego, são 13,2 milhões de brasileiros que vivem a tragédia do desemprego.
Os indicadores do emprego seguem o compasso desanimador da economia brasileira. Na quinta-feira (31), o IBGE divulgou que o PIB, que é a soma de valores de todas as riquezas produzidas no país, recuou 0,2% no 1º trimestre, na comparação com o último trimestre do ano passado – a primeira queda desde o 4º trimestre de 2016 (-0,6%).
Quando Bolsonaro tomou posse no início do ano, o mercado financeiro apostava que a economia cresceria 2,5% este ano, entretanto, a confiança do mercado foi se esvaindo por conta dos desatinos do governo. A previsão para crescimento do PIB foi reduzida para 1,13%, segundo a última pesquisa semanal do Banco Central (BC) no início desta semana.
ANTONIO ROSA
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