O Conselho Superior do Ministério Público Federal (MPF) rejeitou, em sessão na terça-feira (6), por seis votos a quatro, o nome do procurador Ailton Benedito, indicado por Jair Bolsonaro para integrar a Comissão Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
Ailton Benedito, procurador em Goiás, é conhecido por suas posições retrógradas e obscurantistas e por defender a ditadura implantada no país a partir do golpe militar de 1964. No último dia 1º de abril, Benedito usou as redes sociais para comemorar a data da derrubada do presidente, eleito constitucionalmente, João Goulart.
Benedito é um dos poucos idiotas que seguiram as posições do clã Bolsonaro e de seu guru de Virgínia, Olavo de Carvalho, sobre o nazismo. Esse círculo de desajustados mentais começou a espalhar que o nazismo que era um movimento de esquerda.
A tese esdrúxula foi rechaçada em todo o mundo – e até pelo Museu do Holocausto, em Israel.
Benedito ocuparia o lugar do procurador Ivan Marx, procurador do Distrito Federal, mas o seu nome foi rejeitado, inclusive com o voto contrário da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
O Ministério Público Federal entendeu que não cabe ao presidente da República designar membro do MPF para integrar a comissão, mas à Procuradoria-Geral da República.
A decisão de Bolsonaro de intervir na Comissão Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e instituir uma composição pró-ditadura, se deu depois que sua “versão” sobre a morte de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, assassinado após ser preso pelos órgãos de repressão do regime, foi totalmente desmoralizada por documentos oficiais e estudos da própria comissão.
A decisão do MPF, barrando o nome indicado pelo governo, representa um claro limite aos arroubos autoritários de Bolsonaro.