Jair Bolsonaro atacou o Senado e admitiu, na terça-feira (20), ao sair do Palácio do Alvorada, que pode ser obrigado a desistir de indicar o filho, Eduardo Bolsonaro, para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Ele criticou o parecer da Consultoria do Senado que considerou nepotismo a indicação do deputado.
Questionado sobra a possibilidade de desistir da indicação, em caso de uma possível derrota, o presidente afirmou que “tudo é possível” na política e que não quer submeter seu filho a um “fracasso”.
“Os pareceres da Casa têm viés político e são elaborados de acordo com o interesse do parlamentar”, disse ele. “As consultorias, elas agem de acordo com o interesse do parlamentar. É igual na redação, que vocês aprenderam. “Faça uma matéria sobre Jesus Cristo”. Você pergunta: “Contra ou a favor?”.
O comentário confirmou o que já se sabe de Bolsonaro. Que ele projeta nos outros aquilo que ele faz. Ele sim, diz que é evangélico, outra hora que é católico, que segue a lei mas apoia a tortura, que é honesto mas sempre sonega impostos, que acoberta o filho ladrão e diz que é contra a corrupção, e assim por diante. Ele sim aprendeu a dizer o que lhe interessa em cada ocasião e fazer outra bem diferente. Não os jornalistas.
“Assim que vocês aprenderam na universidade. Aqui é a mesma coisa. Então, tem um viés político nessa questão. O que vale para mim é uma súmula do Supremo dizendo que nesse caso não é nepotismo”, disse Bolsonaro, ao sair do Palácio da Alvorada.
“Você, por exemplo, está noivo. A noiva é virgem. Vai que você descobre que ela está grávida. Você desiste do casamento? Na política, tudo é possível. Eu não quero submeter o meu filho a um fracasso. Acho que ele tem competência”. Eduardo Bolsonaro casou-se recentemente.