“É um erro achar que há retomada econômica por subir 2 andares depois de cair 14”, avaliou o ex-governador
O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, que disputou a Presidência da República em 2018 pelo PDT, contestou, em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, que foi ao ar no domingo (24), que esteja havendo alguma retomada econômica no Brasil, como afirmam alguns supostos “formadores de opinião”.
“Se você desceu 14 andares e subiu 2, quem quiser acreditar que nós estamos crescendo, pode acreditar”, disse Ciro.
Diante de um outro questionamento sobre essa possibilidade, Ciro argumentou que, com a atual política, “não há qualquer possibilidade de que isso ocorra”.
“Qualquer um é livre para achar o que quiser, mas o Brasil, no fim do governo do Bolsonaro, se tudo der certo, e tudo conspira para não dar, estará com um nível de atividade econômica anterior a 2014”, avaliou o ex-governador.
Ele foi ainda mais crítico em relação ao que virá no futuro próximo com a política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes que, segundo ele, está destruindo as bases da nação brasileira.
“Alguns dizem que no ano que vem nós vamos sair do fundo do poço. Como eu disse, depois de descer 14 andares, vamos subir dois. Não vai suavizar nada. E, pior, vem aí um agravamento da economia externa”, alertou Ciro Gomes.
“Cuidado com a exuberância irracional das bolsas”, advertiu.
“Não há a menor chance do Brasil superar os problemas estratégicos com esse caminho errado que está aí”, acrescentou o ex-governador.
O líder do PDT disse, ainda, que grupos estrangeiros poderosos estão impondo seus interesses ao país e que ele pretende discutir como enfrentá-los. “Eu pretendo reduzir as taxas de juros para um patamar não superior à rentabilidade média dos negócios”, afirmou Ciro.
Ele chamou atenção para a invenção de mentiras e calúnias contra ele, por parte desses grupos estrangeiros, porque ele não pretende manter a atual política, que os favorece. “Vou expropriar todos os grupos de petróleo que foram beneficiados com a entrega aos estrangeiros de nossas jazidas pelos golpistas”, afirmou o vice-presidente do PDT.
Ciro disse que está discutindo com as forças progressistas do país a elaboração de um novo programa de desenvolvimento para o Brasil. Ele fez questão de falar em “forças progressistas” e não em “forças de esquerda”, porque, segundo ele “esse termo está muito desgastado”.
“Não há consenso na esquerda hoje, porque a esquerda parou de discutir o Brasil”, observou.
“A esquerda virou linha de transmissão do lulo-petismo”, observou o ex-governador. “Se o Lula andar pelado, bater na mãe, eu explico, relativizo e defendo. Em nome de eu ser de esquerda. A mesma coisa o bolsonarismo, só que com sinal trocado”, apontou Ciro Gomes.