O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Dem-RJ), afirmou na terça-feira (09), em entrevista ao jornal Valor Econômico, que seu partido não teria nenhum problema em apoiar Ciro Gomes (PDT) em 2022. Na opinião de Maia, “Ciro é um cara que tem palavra”.
O deputado disse ainda que não tem problema em apoiar um candidato “que esteja um pouco mais à esquerda do que eu penso”.
As declarações do presidente da Câmara em relação a Ciro Gomes reforçam as articulações que vêm sendo feitas por vários segmentos políticos na busca de uma alternativa política que supere a grave crise que assola o Brasil.
Na quarta-feira (04) foi a vez de Ciro Gomes elogiar a atuação do presidente da Câmara dos Deputados. Em entrevista à jornalista Andréia Sadi, da Globo News, Ciro alertou para as ameaças de membros do governo Bolsonaro às liberdades democráticas e disse que o papel de Rodrigo Maia na presidência do Parlamento “tem sido fundamental para obrigar o presidente a obedecer, mesmo a contragosto, as regras da democracia”.
“Rodrigo Maia é muito importante. O PT quis transformar a eleição da mesa da Câmara em um terceiro turno. Eu disse na época que essa eleição estava perdida para a oposição, pelo simples fato de que eles são 300 e nós 130”, avaliou Ciro. “Ele é filho de dois exilados. Ele é um democrata, filho de Cesar Maia, que foi exilado. A mãe dele foi exilada. Ele nasceu no exílio”, lembrou.
“Ele não queria ser candidato do Bolsonaro. Ele queria ser candidato do parlamento. Vimos então um espaço para obrigar Bolsonaro ao jogo democrático. Foi isso o que fizemos e acho que estávamos certos”, disse Ciro Gomes.
“O Rodrigo Maia cumpriu todos os acordos que nós fizemos com ele para garantir que a oposição tivesse espaço para travar a luta de ideias no parlamento e que pudesse reduzir os danos causados pelas propostas que o governo se empenhou em aprovar”, afirmou Ciro.
Perguntado se haveria a possibilidade de uma aliança para 2022 entre Ciro e Maia, o ex-governador do PDT respondeu afirmativamente. “Ele é conservador nas questões de política econômica, mas tem garantido o jogo democrático tão importante para o Brasil”, avaliou.
Agora Maia responde dizendo que pode apoiar um candidato “um pouco mais à esquerda”.
Já há entendimentos importantes, que foram anunciados recentemente, entre os partidos PDT, PSB, Rede e PV para a realização de ações conjuntas em busca de novos caminhos para o Brasil.
Os dirigentes desses partidos realizaram um encontro na terça-feira (3), na sede do PDT. O objetivo do encontro foi definido pelo líder do PDT, deputado André Figueiredo (CE), como uma reunião “para discutirmos conjuntura e caminhos para o nosso Brasil”.
Além de André Figueiredo estavam presentes, entre outros, Carlos Lupi (presidente nacional do PDT), Carlos Siqueira (presidente nacional do PSB), José Luiz Pena (presidente nacional do PV), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ). Os dirigentes e líderes partidários voltam a se encontrar nesta semana “quando aprovarão as bases para a frente pelo Brasil”, segundo informa o PV.
O líder da oposição no Senado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), havia reafirmado, na segunda-feira (08), em entrevista ao Poder em Foco (SBT/Poder 360), que seu partido está empenhado na busca de um alternativa política para o país que “esteja fora da atual polarização, que coloca, de um lado o lulopetismo e de outro lado o bolsonarismo”.
“O Brasil é muito mais do que isso”, disse Randolfe.