“O senhor não é bedel, o senhor não é censor, o senhor não é disciplinador, o senhor é Ministro da Educação”
“O senhor tem todo o direito de ter uma opinião política, o senhor é um agente político”, disse o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara, em sessão na Comissão de Educação, na quarta-feira (11), com a presença do ministro.
Ele foi convocado para explicar seus ataques às universidades públicas brasileiras.
“O senhor não fez um elogio sequer aos professores brasileiros. Só atacou as universidades com acusações falsas”, acrescentou Molon
“O senhor se equivoca, quando diz, como disse aqui, que os valores que o grupo que o senhor representa é o que será ensinado nas universidades e nas escolas”.
“O senhor está errado. Não é isso o que vai ser ensinado. Não cabe ao senhor dizer o que vai ser ensinado nas universidades e nas escolas. O senhor não é bedel, o senhor não é censor, o senhor não é disciplinador, o senhor é Ministro da Educação. E a primeira tarefa que o senhor deveria assumir é a de garantir a liberdade de cátedra de seus professores”, destacou o deputado.
“A primeira tarefa que o senhor deveria assumir é a de garantir a liberdade de cátedra de seus professores”, cobrou o deputado
Molon citou relatório da BBC sobre censura em que o Brasil aparece na capa como um país em que há cerceamento da liberdade de expressão em academias. “Isso é motivo de vergonha para todos nós e deveria ser motivo de vergonha para o senhor”, disse o líder da oposição.
“O papel do senhor não é o papel de polícia. O senhor não é policial militar, aliás, eu vi aqui o senhor honrar os policiais militares e, não há a menor dúvida, que muitos são muito valorosos e merecem todas as homenagens. Mas eu não vi o senhor falar uma palavra em defesa ou em elogio aos professores nessas seis horas e meia que nós estamos aqui”, observou.
“O senhor não fez um elogio aos professores brasileiros. O senhor em momento algum falou dos heroicos professores das heroicas professoras do nosso país. A única coisa que o senhor fez foi atacar as universidades públicas com notícias falsas”, disse Molon.